Viver na expectativa de ser adotado e receber um lar é a realidade de mais de cinco mil jovens e crianças brasileiras. Esse cenário é compartilhado com mais de trinta mil pessoas que desejam adotar. A grande proporção de seis adotantes para cada adotando pode ser explicada. Fatos como idade e a questão racial podem influenciar, ou seja, há um perfil desejado na hora da adoção. A grande maioria dos indivíduos aptos para adoção são negros, oriundos, muitas vezes, de uma gravidez indesejada ou de famílias desestruturadas as quais são incapazes de mantê-los. Isso, pode gerar uma marginalização da população negra que esta na fila de adoção, dificultando ainda mais os processos adotivos. Assim, permanecem nas casas de adoção, quando não nas ruas, sendo privados de uma vida normal e de uma formação social e educacional adequada. Além disso, o fator idade é um dos que mais interferem no ato adotivo, visto que, grande parte do grupo de adotantes desejam crianças menores de um ano de idade, existindo uma grande exclusão dos sujeitos maiores de cinco anos, fato que resulta em filas de esperas tanto para o adotante quanto para os adotando. Desse modo, o impasse será resolvido apenas com parcerias Estado-Adotantes, criando-se incentivos para que crianças e jovens sejam mais facilmente adotados. Necessita-se, também, a conscientização daqueles que desejam adotar e da extinção desse perfil único de adoção. Pois todos, independentes da raça ou do seu passado, necessitam, primeiramente, de um lar e de uma família que os acompanhe e os apoie durante a vida.