Título da redação:

Os seletivos passarão. As crianças, passarinho.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 27/06/2016

Segundo historiadores, durante vários períodos evolutivos, era inexistente o conceito de família. Nessas eras, os homens eram responsáveis por prover comida enquanto as mulheres cuidavam das crianças, sem distinção de um cerco familiar. Tal formação era prática e eficiente, entretanto, conforme evoluímos, vínculos afetivos se sobressaíram socialmente. A emoção, felizmente, ganhou espaço inclusive na legislação. A exemplo disso, a adoção. Hodiernamente o Brasil conta com mais de 5 mil crianças dispostas para adoção. Crianças essas com histórias das mais variadas, entretanto, coincidem em alguns pontos: abandono, violência, falta de família e necessidade de uma. E através do sistema de adoção, no Brasil, tais crianças têm chance de ingressar legalmente numa família. A lei preconiza que o indivíduo adotado está legalmente desvinculado da família genitora, bem como gozará de todos os direitos e deveres de um filho “de sangue”, em sua família adotiva. Entretanto, caracteriza-se como adotável a pessoa menor de 18 anos cujas possibilidades de viver com a família genitora estejam esgotadas. Dadas as características sócio-econômicas do país, é plausível concluir que os que se enquadram nesse padrão são, em maioria, negros. Destarte, o problema muda de perspectiva. Vestígios de uma cultura racista ainda persistem na sociedade. No contexto vigente, para cada criança posta para adoção, há mais de um casal que declaradamente não adotaria uma criança não caucasiana. A rejeição é ainda maior no tocante à idade. Apesar do aumento na rotatividade de adoções gerado por conquistas, tais quais adoção por casais homoafetivos e por pessoas solteiras; ainda há preferência hegemônica por crianças menores de um ano. Segundo agências de adoção, a partir dessa idade, o apadrinhamento é a prática mais comum. Fica clara então a necessidade de intervenção estatal, com políticas de adoção gradativa a partir do apadrinhamento. Tal prática, somada às políticas vigentes de conscientização social, devem garantir uma melhor distribuição homogênea entre famílias e crianças adotadas de todas as idades e cores.