“Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.” A frase de Bob Marley é análoga ao processo adotivo brasileiro. Pois, a questão racial, entre outros fatores, são requisitos presentes na escolha de uma criança, gerando em um preconceito que deveria ser inaceitável na sociedade brasileira. Desse modo, torna-se explicito a necessidade de medidas do governo no intuito de resolver o impasse. Após a Revolução Industrial, muitos trabalhadores foram deslocados para as áreas periféricas da cidade, um lugar repleto de desigualdades e péssimas condições de vida. Sendo assim, muitas crianças que nascem nesse ambiente são abandonadas por suas mães em orfanatos, onde supostamente deveriam encontrar outra família. Entretanto, pelo fato de muitos desses indivíduos serem negros ou de pele morena, eles são ignorados por muitos adotantes presentes na fila de espera. Dessa maneira, Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para cada criança existem 6 casais aptos a adotarem, mostrando que as exigências dos pais são os principais barreiras existentes. Ademais, outra preferência é por crianças abaixa de 1 ano de idade. No entanto apenas 6% correspondem a essa aptidão. Outrossim, a lei 8.069/1990 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), só dificulta a construção de novas famílias, uma vez que ela afirma que os conjugados devem ser, pelo menos, dezesseis anos mais velhos, impossibilitando que casais jovens adotem crianças mais velhas. Diante disso, é evidente a intervenção governamental, a fim de resolver esse problema. Logo, é preciso que Governo Federal promova alterações na lei 8.069/1990, permitindo que adotantes mais novos possam adotar crianças de idades avançadas. Como também, é imprescindível que o Ministério da Cultura (MinC), promova palestras públicas, conscientizando os cidadãos a adotarem menores de quaisquer etnias e idades. Assim sendo, de forma gradual o Brasil cessará os embates existentes no processo adotivo e construirá uma sociedade mais igualitária.