Título da redação:

Orfãos do sistema

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 01/07/2016

O estatuto da criança e do adolescente de 1990, carrega em si leis que garantem o funcionamento do sistema de adoção no Brasil, alcançando os pequenos sem pais, o sistema, em tese, cuida dos mesmos no meio tempo em que estiverem sozinhos, buscando possíveis famílias e preparando-os para fazer parte das mesmas. Porém, na realidade, tanto crianças quanto o sistema de adoção vivem grandes dificuldades, de crianças que não se adaptam aos novos lares, como pais que recusam um adotivo por não estar no padrão que buscam, etc. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça para cada criança na fila de adoção existem seis famílias disponíveis para adotar, mas pela burocracia do sistema, e por muitas vezes as crianças não se encaixarem no perfil que as famílias buscam, as mesmas não são adotadas e se permanecendo assim até os dezoito anos de idade, a mesma precisa ser "liberada", e vai ao mundo sem rumos a seguir. Os mesmos dados do CNJ, mostram que existem atualmente quase 6.000 crianças nessa situação. A grande maioria dos casais busca crianças com até um ano de idade, mas somente 6% delas se encaixam nesse perfil, sendo quase 90% crianças acima de cinco anos, que por serem mais velhas não são tão procuradas. Além da idade, a questão racial pesa de modo considerável no perfil dos pais, dentre eles quase 27% só aceitam crianças brancas, mas na realidade quase 70% das crianças não são brancas, dificultando ainda mais o processo. Além disso, a grande maioria das crianças são de setores vulneráveis da sociedade, quase sempre passando por negligência , abandono, agressão física ou sexual. Podendo apresentar dificuldades de criação que muitos pais não estão dispostos a encarar. Dados do site adoção Brasil, mostram que em média, no sudoeste do país, leva-se dois anos e meio para se concretizar, nessa demora pode surgir o desinteresse de uma das partes, uma situação que impossibilite a adoção, etc. É preciso trabalhar em duas vertentes, cuidando das crianças em situação social que poderia resultar em um processo adotivo, cuidando das famílias responsáveis pelas mesmas para que não precisem acabar no sistema de adoção. A outra via é melhorar a burocracia do processo, tornando mais simples legalmente e encurtando o processo, sobrecarregando menos a máquina estatal, as crianças e futuros pais envolvidos no processo. Assim, o Brasil poderá cuidar de seus pequeninos menos privilegiados, tornando-se referencia mundial nessa área.