Título da redação:

O processo adotivo no Brasil

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 11/06/2016

Há no Brasil, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, cerca de 5 mil crianças aptas a serem adotadas. Um dado que chega a ser notório, visto que há mais de 30 mil pessoas dispostas a adotar no país. Os motivos para tal paradoxo são tanto de esférica racial como social. Nessa perspectiva, deve-se discutir os caminhos até então percorridos, e os preconceitos a serem enfrentados para a mudança de tal situação. Primeiramente, podemos destacar a maior conquista do processo adotivo no Brasil, o reconhecimento do direito de adoção por casais homoafetivos. A medida foi concebida pelo Supremo Tribunal Federal, argumentando que o conceito de família não pode ser restrito e, com regras de visibilidade, continuidade e durabilidade, também deve ser aplicado a pessoas do mesmo sexo. A ação é extremamente positiva para um país com uma população tão grande à espera de uma família. Segundamente, temos como os dois grandes entraves para o processo adotivo brasileiro, a questão racial e a de idade. Uma vez que 67% das crianças em filas de espera são pardas ou negras, mas 30% dos futuros pais adotivos só aceitam crianças brancas. Além disso, 64% já são adolescentes com mais de 12 anos, mas menos de 1% dos pretendentes aceitam determinada condição. Dados notórios para se entender a dimensão da incompatibilidade entre o perfil da maioria das pessoas à espera de serem adotadas, e o desejado pelos futuros pais. Fica claro, portanto, como a resolução do processo adotivo no Brasil envolve diversas variáveis, passando pela questão racial até a de idade. Passos importantes, como o reconhecimento do direito de adoção por casais gays, devem ser comemorados, mas é necessário mais medidas para mudar a atual situação. Para começar, é necessário que associações e órgãos estatais conscientizem os futuros pais, visando à quebra de determinados preconceitos, como a possibilidade de uma adoção tardia, e mostrar como a questão racial não deve influenciar na hora de escolher um filho. Além disso, a criação de varas de infância especializadas, com equipes qualificadas para avaliar os casos de adoção, com o objetivo de diminuir o tempo de espera da criança. É apenas combinando essas ações de órgãos estatais, técnicos da área, e dos futuros pais, que iremos mudar o atual quadro do processo adotivo no Brasil.