Ao se examinar o número de crianças destinadas à adoção no Brasil, pode-se perceber que a sua quantidade é inferior ao número de pessoas interessadas em adotar. Com as mudanças econômicas da população e com o surgimento de novos conceitos sobre família, a adoção tornou-se uma alternativa para aqueles que desejam ser pais. Contudo, as dificuldades jurídicas encontradas para a adoção e o fato da maioria das crianças não possuírem o perfil buscado pelos adotantes, tornam o processo lento e cansativo para ambos os lados. As mudanças socioeconômicas ocorridas nos últimos anos provocaram alterações na sociedade. O advento da mulher no mercado de trabalho e a busca por melhor qualidade de vida interferiram diretamente na taxa de fertilidade da população. Com isso, o número de filhos por casal começou a diminuir e a busca pela adoção foi tornando-se mais frequente. Atualmente, para cada criança cadastrada na fila da adoção, há aproximadamente seis famílias autorizadas pela justiça para adotar. Entretanto, o desejo de formar uma família a partir da adoção acaba resultando em um processo lento e desgastante, tanto para a criança quanto para aqueles que desejam adotar. Além disso, buscando padrões estéticos específicos, muitos candidatos à adoção possuem preferências por crianças pequenas e com perfis já pré-determinados, como sexo e cor da pele. Dessa forma, cresce o número de crianças acolhidas pelo Estado que não conseguem um novo lar, resultando em uma situação de segregação e vulnerabilidade social daqueles que não se enquadram nos padrões impostos pela sociedade. Assim, com o objetivo de tornar o processo de adoção mais rápido e menos cansativo, cabe aos órgãos responsáveis aumentar o número de pessoas envolvidas no processo, e com isso dar maior andamento aos pedidos de adoção já realizados. Além disso, cabe ao Governo, em parceria com as ONG´s responsáveis pelos orfanatos, organizar e promover campanhas que busquem eliminar padrões estéticos pré-estabelecidos, além de incentivar a adoção de crianças mais velhas. Dessa forma, essas crianças poderão ser reinseridas na sociedade através de uma nova estrutura familiar baseada em carinho e afeto.