Título da redação:

O cenário da adoção no Brasil

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 02/10/2017

Na Animação “Meu Malvado Favorito”, o supervilão Gru, que tinha planos de roubar a lua, acaba tendo um maior desafio: cuidar de três órfãs que querem tê-lo como pai. Fora das telas, essa não é uma realidade muito distante da enfrentada pelos órfãos tupiniquins que buscam um lar. Esse grupo sofre com a discriminação nos mais diversos tipos de lugares. Por conseguinte, esses fatos apontam a necessidade de discussão acerca do processo adotivo no Brasil. Desde a Antiguidade, praticamente todos os povos - hindus, egípcios, persas, hebreus, gregos, romanos – praticaram o instituto da adoção, acolhendo crianças como filhos naturais. Séculos depois, esse acolhimento ainda é visto nas sociedades brasileiras e talvez esteja até mais forte. Segundo Dados do Cadastro Nacional de Adoção, mais de sete mil crianças e cerca de trinta e oito mil pretendentes estão cadastrados atualmente. Isso evidencia que o Brasil tem mais interessados em adotar do que crianças e adolescentes para adoção. Além disso, é notável que apesar de ser um dos países mais miscigenados do planeta, o Brasil ainda não aceita as diferenças. Prova disso é a dificuldade de efetivação nos processos de adoção, onde 19,7% dos pretendentes só aceitam crianças brancas e 66,1% dos órfãos não são brancos, fazendo com que o preconceito se inicie pelos próprios adotantes. Assim, diante de uma sociedade que tem por exigência alguns requisitos para aceitar os abandonados, transvê-se apavorada a aceitar crianças com doença, mais velhas e com irmãos. Os números comprovam: 65,6% das pessoas só aceitam órfãos sem doença, segundo o CNJ. Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para solucionar esses impasses. É preciso que o CNA em uma das partes das entrevistas, não pergunte quais as preferências dos pretendentes em relação ao pequeno, para que assim, atenue a superlotação dos abrigos e fila de adoção. Além disso, é fundamental que o Criança Esperança em parceria com a Unesco, crie campanhas publicitárias e visite os orfanatos para incentivar a adoção sem distinção e a chance de ser adotado aumente. Em parceria com a mídia, o Governo Federal, deveria criar o “Maio Verde” para que estimule a prática de adoção e a esperança de ser amado nunca acabe, como dito no Slogan.