O processo adotivo no Brasil apresenta diversos problemas em relação à sua flexibilidade. Primeiramente, percebe-se que não há uma clara divulgação de informações acerca da adoção, o que proporciona a ideia de que não há crianças disponíveis para tal ato. No entanto, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça, no país há mais de cinco mil crianças que podem ser adotadas. Nesse contexto, o excesso de burocracia, por parte do governo federal, como também, o preconceito de algumas famílias, propiciam os maiores desafios na adoção. Há corpos familiares que determinam características físicas, como a cor dos olhos, cabelo, pele, idade e origem, no processo de escolha da criança. Esse fato comprova que na sociedade brasileira está enraizado o caráter de estereotipagem e preconceito. Além disso, o excesso de entrevistas, papéis e audiências impede que adoções sejam concluídas, já que a lentidão provoca a desistência, por algumas das famílias. Ainda convém lembrar as conquistas no processo adotivo no Brasil. Recentemente, foi aceito que crianças pudessem ser adotadas por casais homossexuais. Apesar de parte da sociedade ser contrária, sob a justificativa que iria influenciar na sexualidade da criança. Essa atitude de aceitação propõe o respeito às diversidades de gênero pelas instituições sociais. Outro fator existente são as consequências para o governo, as famílias e as crianças disponíveis acerca dos obstáculos no processo adotivo. O fenômeno de escolha de características físicas faz com que aquelas crianças que não possuem os padrões de beleza se sintam inferiores e, com isso, desenvolvam problemas comportamentais, como ansiedade e depressão. Além disso, a demora nos processos adotivos proporcionam elevados gastos ao governo para manter mais crianças nos lares e orfanatos, como também o sentimento, por parte delas de que não serão adotadas. Sendo assim, é essencial que o governo federal contrate mais funcionários e diminua o excesso de burocracia, a fim de flexibilizar a adoção e não gerar desistências pelas famílias, devido à lentidão. Ademais, as associações e órgãos do Estado devem promover campanhas e propagandas, com o objetivo de transmitir informações acerca dos processos adotivos e incentivar que eles sejam realizados. Por último, é fundamental que haja palestras ministradas, por médicos e psicológicos, à comunidade, para explicitar a importância da valorização da diversidade, a fim que a escolha das crianças sejam desvinculadas das suas características físicas.