Título da redação:

final feliz?

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 12/06/2016

A adoção é uma das práticas mais antigas da história. Há registros bíblicos sobre ela que datam de 1700 e 1500 antes de Cristo, como, por exemplo, a adoção de Moisés pela filha do Faraó, no Egito. Todavia, a primeira regulamentação conhecida surgiu séculos depois com o Código de Hamurabi, na Macedônia, que descreveu minuciosamente o processo adotivo em 8 artigos. Atualmente, a adoção é bastante difundida no mundo inteiro, inclusive, no Brasil. Entretanto, ainda existem diversos empecilhos que precisam ser resolvidos sobre esse processo. No Brasil, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para cada criança apta a ser adotada há seis adotantes que poderiam ser seus pais, mas não são, visto que o processo adotivo esbarra em dois problemas graves: a seleção e a burocracia. O primeiro diz respeito ao fato de que 26,33% dos adotantes só aceitam crianças brancas e que , a grande maioria, preferi meninas sem histórico de doenças de até 3 anos, sendo que 87,42% das crianças dos abrigos têm mais de 5 anos. O segundo está relacionado com o longo e árduo processo burocrático que envolvi o acompanhamento psicológico, a assistência social e a aprovação do juiz da vara da infância e da juventude. Porém, esse longo procedimento é necessário, tendo em vista que, em 2015, conforme o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), 130 crianças foram devolvidas aos abrigos pelos seus pais adotivos e que essas crianças, que já tinham problemas com autoconfiança, foram diagnosticadas com depressão e algumas delas fugiram do abrigo para se prostituir, usar drogas e para entrar para o crime. Infere-se, que a adoção é algo delicado, pois envolve indivíduos, que mesmo pequenos, já foram rejeitados, abandonados ou abusados. Logo, é necessário que o Ministério da Justiça contrate mais juízes, psicólogos e assistentes sociais para acelerar o processo burocrático; o governo federal precisa designar mais verbas aos abrigos, para que esses contratem psicólogas, educadores e funcionários da limpeza e da alimentação; o legislativo poderia criar uma lei que obrigue ao adotante um período de convivência de, no mínimo, três meses com a criança antes da adoção; os pais adotivos, antes de se cadastrarem, precisam conhecer abrigos, para que eles compreendam que um filho não se escolhe pela cor, pela idade ou pelo sexo, mas pelo afeto.