Maior inserção da mulher no mercado de trabalho, adiamento da gravidez, crescimento das famílias homoafetivas. Esses são alguns dos motivos que fazem o desejo pela adoção crescer cada vez mais no Brasil. Mas, infelizmente, o número de adoções efetivadas não aumenta na mesma proporção, demonstrando que muitos desafios ainda precisam ser vencidos para "esvaziar" os orfanatos. Abrigos infantis superlotados são a verdadeira realidade atual do país e, como uma contradição, a quantidade de candidatos a adotantes é cada vez maior. O principal motivo para tal situação é que a maioria dos futuros pais buscam em um filho acolhido as características de alguém que foi gerado por eles. Essa tentativa de "disfarças a adoção" faz com que muitos órfãos cresçam e cheguem à idade adulta sem a perspectiva de ter uma família. Além disso, a lei também pode ser uma grande dificultadora do processo adotivo. A quantidade gigantesca de normas e critérios para o adotante acabam por impedir que muitas famílias sejam formadas. Regras criadas com a finalidade de proteger o adotando podem - com seus excessos - privar a criança da tão sonhada convivência familiar. É inegável que a prática da adoção no país está ganhando mais notoriedade, mas ainda há muitos desafios a serem vencidos. O legislativo precisa rever as leis a respeito do acolhimento, analisando os artigos e suas regras realmente necessárias, para que as mesmas não se tornem empecilhos do processo. A mídia também deve fazer a sua parte, unindo-se às ONGs, na realização de campanhas sobre o assunto, levando a população a entender que, mais importante que os laços de sangue ou a genética, são as ligações de amor.