O sonho da paternidade ou maternidade atualmente ampara-se no processo adotivo em muitos casos. Isso contribui na transformação da qualidade de vida de milhões de crianças abandonadas por inúmeros motivos, dentre eles a violência extrema e o abuso sexual. Contudo, o Brasil possui grandes empecilhos no que tange esse processo, sobretudo, o forte preconceito racial entre as pessoas interessadas, além da morosidade dos casos e um maior anseio pela adoção de bebês. O número de adotantes supera a quantidade de crianças a serem adotadas, já que as rigorosas características exigidas pelas famílias, principalmente por crianças com a pele clara, contribui para o acúmulo de processos e a espera por crianças com tais requisitos. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça cerca de 26% dos interessados exigem crianças brancas, enquanto o número de jovens não brancos a espera de adoção supera 67%. Além disso, outro obstáculo se deve ao ínfimo incentivo à adoção tardia no Brasil. Embora celebre o Dia Nacional da Adoção - 25 de maio- com eventos e fomento a esse tipo do adoção, é necessário que essas ações sejam perenes. Ainda segundo o Conselho mais de 87% das crianças a serem adotadas possui idade superior a cinco anos. Como resultado, há pouca solicitação por essa faixa etária e um excesso de jovens nos centros de adoção. Diante dessa realidade, é crucial o fomento às campanhas publicitárias na mídia sobre adoção tardia aliada às ações que rechacem o preconceito racial presente no processo adotivo. Nessa conjuntura, a continuidade de eventos nas casas de adoção que possibilitem a interação entre adotante e adolescente a ser adotado é essencial. Dessa forma amplia-se a possibilidade das crianças se integrarem a uma nova família e também auxilia a concretização daquele antigo sonho.