No filme "A estranha vida de Timothy Green", um casal estéril enterra em seu jardim uma caixa contendo as características desejadas para um filho perfeito. Na manhã seguinte, o tal menino dos sonhos aparece naquele local e é adotado pelo casal. Entretanto, fora das telas cinematográficas, a adoção não acontece por um passe de mágica. Atualmente, existe seis vezes mais adotantes do que crianças a serem adotadas. Grande parte dessas crianças que aguardam na fila da adoção, ou é proveniente de famílias pobres as quais negligenciaram os filhos, ou sofreram algum tipo de violência e foram resgatadas pelo Conselho Tutelar. Questões como raça e idade são os principais empecilhos para o processo adotivo brasileiro. Devido a criação de um perfil ideal de filho, o qual deve ser branco e ter menos de cinco anos de idade, aproximadamente 20% das crianças aptas a serem adotadas em todo o Brasil, se aproximam da chance de ter uma família para chamar de sua. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. A mídia, juntamente com os orfanatos, poderia conscientizar a população sobre a importância da adoção tardia, através de intervalos comerciais. Parafraseando o filósofo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Logo, o MEC poderia apresentar palestras nas escolas, para pais e filhos, sobre a adoção sem faixa etária.