Muitas pessoas alimentam o sonho de terem filhos e constituírem uma família. Porém, biologicamente nem sempre isso é possível e desejável. Nesse contexto, o processo de adoção é uma alternativa viável mas que, ainda encontra inúmeros desafios no Brasil. De acordo com estatísticas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem 5.624 crianças aptas a adoção no país, e surpreendentemente, cerca de cinco vezes mais o número de país interessados no processo adotivo. Todavia, a questão vai muito além e envolve empecilhos sociais, raciais, bem como jurídicos. Muitas famílias possuem preferência por crianças ainda pequenas, com até um ano de idade - essas representam menos de 6% das crianças aptas a adoção. Além disso, crianças brancas ainda são as mais procuradas nas filas para legitimação paternal, sendo que, essas encontram-se igualmente em baixo número. Ademais, a burocracia existente para a validação do processo é grande, envolvendo dezenas de etapas - o que é compreendido - já que a partir do momento de adoção legal, o menor, bem como seus atos, passam a ser de total responsabilidade do adotante. Diante isso, é de extrema importância a realização de campanhas de adoção por meio de parcerias entre Justiça e Estado, assim ocasionando maior rapidez nos processos. Outrossim, a publicidade pode ter exímio papel, auxiliando na sensibilização da população a fim da coibição do preconceito para com a maioria - negros e crianças maiores.