Título da redação:

Adoção: processo inclusivo ou excludente?

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 17/06/2016

Com o advento da sensação de paz após o fim da segunda guerra mundial, significou o aumento de natalidade na Europa e no mundo. No Brasil, com o fim do regime militar houve a ascendência da taxa de nascimentos. Tal fenômeno, nos países desenvolvidos, passou por amplo amparo de políticas públicas contrariando o Brasil, que por má gestão, sofre até hoje com grandes números de crianças órfãs e em instituições de adoção, isto configura consequências de ideologias racistas. Sabidamente, o país tem um impasse a enfrentar. Há uma alta demanda de jovens adotantes e crianças aptas a serem adotadas, mas, também, há exigências de caráter racista e estereotipadas desses casais, o que dificulta ainda mais o escoamento nas casas de adoções. O fenótipo específico – crianças brancas e com um ano de idade – são características de uma pequena parcela desse grupo de infantes. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apenas 6% das crianças que estão na espera de serem adotadas têm um ano de idade, 87,42% têm mais de cinco anos e 67,8% não são brancas. Desta forma, fica evidente o problema em questão e é intensificado pelo desgaste e estresse desses jovens que sofrem a sensação de eternos órfãos da sociedade. Em contrapartida, nos últimos anos, vem crescendo na sociedade a diversificação de casais, seja ele hétero ou homoafetivo, e até de cidadãos que decidem viver sozinhos, que querem adotar não só crianças, mas também jovens. Este novo padrão fez esquecer a ótica de que a melanina é mais importante que o olhar daquelas crianças, evidenciando o caráter humanista e sem preconceitos. Entretanto, ainda é um gargalo a adoção de casais que fogem dos padrões impostos pela sociedade. Além da burocracia que é adotar uma criança, casais gays ou pessoas que decidem viver sozinhas com um filho, sofrem, diuturnamente, preconceito da sociedade. Esta causa o problema da superlotação nas instituições sociais de adoção. O setor adotivo, no Brasil, demonstra problemas estruturais e culturais. Os casos de adoção devem ser tratados de forma igualitária e flexível para qualquer conjunto de família. O poder legislativo deve criar e/ou reformular as leis para facilitar a adoção e não torná-la mais burocrática para esses novos arranjos familiares, e, juntamente, o judiciário tem o dever de acelerar os processos para não deixar essas crianças e jovens exaustas de tanta espera e ansiedade para serem adotadas. Por fim, a mídia deve veicular mensagens de facilitação para desvincular esse caráter racista, homofóbico e estereotipado da sociedade.