Na Antiguidade, em Esparta, os bebês eram selecionados de acordo com os padrões da cidade. Hodiernamente, não é diferente, visto que o processo de adoção tornou-se um processo seletivo devido às exigências dos pais adotivos e, até mesmo, da sociedade. Conforme o Conselho Nacional de Justiça, há cerca de seis vezes mais adotantes do que crianças a serem adotadas, porém, existem diversos fatores que dificultam a adoção, exemplo disso é 89% dos pais adotivos preferirem crianças com menos de um ano de idade, as quais só representam 6% do total. Esse cenário dificulta a vida dessas crianças, uma vez que estão à espera de uma vida melhor com novos pais, o que faz analogia ao dito do filósofo Platão: “O importante não é viver, mas viver bem”. Em contrapartida, existe uma oposição de muitos indivíduos em detrimento da adoção por casais homoafetivos, os quais fogem do padrão das concepções religiosas da sociedade, pois, de acordo com a pesquisa da empresa WIN/Gallup, o Brasil é o vigésimo terceiro país mais religioso do mundo. Consequentemente, esse fator corrobora na lotação das instituições de adoção e dificulta ainda mais o processo adotivo. Nesse contexto, cabe ao Poder Legislativo a criação de leis que auxiliem e incentivem os pais adotivos na adoção de crianças com mais de um ano de idade, com o intuito de desburocratizar e acelerar a adoção dessas crianças. Igualmente, o Ministério das Comunicações precisa elaborar campanhas midiáticas, a fim de extinguir o cenário preconceituoso da sociedade em relação aos casais homoafetivos. Consecutivamente, o Ministério da Educação deve realizar palestras ministradas por especialistas para a população sobre a importância da adoção das crianças nos âmbitos familiares. Com essas ações, a inclusão de todas as crianças no âmbito familiar será concretizada.