Título da redação:

Adoção é exclusão e inclusão

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 25/06/2016

A exclusão e a inclusão social existem desde a Antiguidade, a própria bíblia relata a história de Moisés o menino hebreu retirado das águas pela filha do Faraó que o adota, num contexto de inclusão, mas também de exclusão onde os meninos hebreus estavam sendo mortos pelo exército egípcio. Essa comparação fazemos em relação as crianças que aguardam para serem adotadas, a maioria espera anos talvez nem sejam adotadas; estão excluídas do convívio familiar seja por não pertencerem a raça exigida (a maioria dos casais adotantes pertence a raça branca, preferindo também uma criança com esta condição), para evitar questionamentos e constrangimentos perante a sociedade. Idade: muitos não anseiam por lidar com alguns fatores educacionais e de conceitos inseridos numa criança com mais de quatro anos trazidas do antigo lar, ou então a deficiência física sempre acarreta custos financeiros e dedicação física e emocional mais abrangente. Nossa sociedade no geral, salientando os casais, na verdade não estão preparados para conviver com situações como colocadas neste texto, claro futuros pais colocam suas expectativas de receberem uma criança parecida com eles, mas neste aspecto é necessário enxergar de forma mais global, não apenas a sua necessidade e expectativa. Também se esconde um preconceito até racial, traços talvez deixados pela colonização portuguesa e a renda familiar nem sempre condizente para a adoção dependendo do caso. Uma conscientização mais aprofundada sobre o assunto, através de campanhas advindas do governo federal, destacando a importância da adoção sem restrições racial, de preferência de gênero, idade e deficiências físicas, resultaria em um debate para priorizar a necessidade não somente dos pais e sim das crianças envolvidas. O Programa Família Acolhedora do governo federal traz uma possibilidade de convívio familiar para estas crianças por um período de seis meses e no máximo dois anos, enquanto procuram uma solução para restituí-las à família biológica. Na pesquisa de 2010, 932 crianças e adolescentes foram acolhidas por 144 famílias voluntárias, 143 foram adotados, 279 permaneceram com a família acolhedora e 460 voltaram para a família biológica, isto demonstra uma forma de impedir a fuga dessas crianças e adolescentes para as ruas, além de amenizar a ausência emocional de estar vivendo em um lar, um tratamento mais humanizado. Tornar o processo judicial menos burocrático promove resultados positivos, onde o adotado não permanecerá anos aguardando a realização desse sonho, tomando-se o cuidado sim de analisar possíveis desistências, pois o ser humano não nasceu para viver excluído, com certeza para estar inserido no meio social.