Por ser um dos países com maior PIB no mundo, o Brasil deveria prover, naturalmente, uma condição mínima de vida àqueles que são mais vulneráveis, ou seja, jovens e crianças desabrigados. Todavia, na prática, não é isso que acontece e hoje existe, neste país, vários jovens nas ruas e alguns em abrigos e orfanatos. Primeiramente, é importante destacar que das poucas crianças que estão em lares de acolhimento, a maioria é negra ou parda e maior de 12 anos de idade. Isso se mostra como um empecilho para o processo de acolhimento quando se analisa o fato de que a maioria das famílias que aguardam um filho pelo processo de adoção ( em torno de 70%, segundo o CNJ) preferem crianças brancas e menores de dois anos de idade. Certamente, esse problema se tornará, no futuro, em outro maior, visto que tais jovens, crescendo sem orientação adequada de um núcleo familiar, dificilmente terão as mesma oportunidades que um cidadão comum. Além disso, tais jovens, crescendo sem uma educação adequada, não terão uma qualificação profissional semelhante à que tem a maioria dos outros jovens. Dessa forma é possível perceber que o problema da adoção é mais complexo do que o simples ato do acolhimento e envolve até mesmo a economia nacional. E embora, em relação a negros e pardos a situação tenha, nos últimos anos, evoluído um pouco, em relação aos que têm mais de dez anos de idade a situação continua praticamente a mesma. Portanto, se não houver uma mudança na mentalidade relativa à adoção, essa situação irá apenas piorar. Para evitar isso, é imprescindível que haja o incentivo, por meio de propagandas promovidas pelo CNJ à adoção de jovens e adolescentes e não apenas de crianças. É importante também que o MEC estabeleça aulas obrigatórias voltadas ao tema e que conscientizem os alunos desde cedo em relação à importância de não se estabelecer preferência por determinada cor durante o processo de adoção visto que isso é também uma forma de discriminação. Com essas medidas, a sociedade começará, em breve, a se modificar gradativamente.