Em 2002, foi decretado pelo governo brasileiro que o dia 25b de maio seria o Dia Nacional da Adoção. O objetivo desta decisão governamental foi incentivar e sensibilizar a população brasileira a respeito da adoção tardia. De fato, existem, atualmente no Brasil, mais de cinco mil crianças esperando para serem adotadas, enquanto há mais de trinta mil pessoas querendo adotar. Portanto, para cada criança temos seis pais possíveis. Apesar deste dado aparentemente positivo, a adoção dificilmente acontece. As pessoas que desejam adotar, geralmente, querem crianças parecidas fisicamente com elas, ou seja, que poderiam passar facilmente por seus filhos biológicos. Além disso, elas preferem recém-nascidos para poder ter uma experiência mais completa de vivência com os futuros filhos. Porém, são pouquíssimas as crianças com este perfil, a realidade é outra. A maioria delas não sé recém-nascida e tem aparência física diferente da desejada pela maioria dos adotantes. As características físicas, portanto, muitas vezes, prejudicam as crianças e adolescentes que estão à espera de um lar. É compreensível a atitude e desejos das pessoas que querem adotar, muitas vezes depois de ter passado pelo sofrimento de não ter conseguido engravidar mas ser mãe ou pai deveria ir além das características físicas. Deveriam ser organizados encontros às cegas entre futuros adotados e adotantes onde as características físicas não deveriam influenciar a decisão final e onde poder-se-ia dar espaço para as crianças se expressar e se fazer conhecer. Desta forma, talvez poderiam se quebrar as barreiras do preconceito.