Título da redação:

A solução é o diálogo e a conscientização social.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 18/06/2016

Alguns brasileiros vivem dois tipos de dramas, que se intersectam, atualmente: as crianças dos orfanatos a espera de um lar e os casais que desejam ter um filho, mas não conseguem. Se, por um lado, existe a vantagem dessas crianças de terem 6 famílias disputando a adoção de cada uma, por outro, há um elevado padrão de exigência dos casais. Contudo, as crianças são variadas e dificilmente correspondem às expectativas dos aspirantes a pais, o que gera grandes contingentes de adolescentes vivendo sem esperança de conquistarem uma família. Apesar disso, o processo adotivo no Brasil está vivenciando uma grande mudança na mentalidade dos casais que desejam adotar uma criança: a aceitação da ideia da adoção tardia e de crianças mais velhas. Há algum tempo, os fatores idade e etnia eram de extrema importância para as famílias, que desejavam filhos compatíveis com suas ambições. Contudo, devido a grande demanda de casais interessados aliada a pouca oferta de crianças, a errônea ambição de buscar um descendente fenotipicamente igual foi abandonada e, com isso, mais adoções acontecem. Todavia, muitos casais acreditam em uma herança ruim que pode ter sido deixada às crianças fazendo com que elas pudessem desenvolver uma personalidade idêntica à dos pais biológicos. Segundo Durkheim, os fatos sociais são coercitivos e exteriores aos indivíduos e, por conta disso, o comportamento e a ação das pessoas na sociedade é algo agregado exteriormente, não inerente a cada um desde o nascimento. Nesse sentido, é necessário conscientizar as famílias, que procuram os orfanatos, de que a construção da personalidade dos seres humanos é um processo social, relacionado ao ambiente externo em que viveram durante a infância e, com isso, desfazer o mito da “herança genética ruim”. Apesar dos avanços na mudança de concepção dos casais, que estão passando a aceitar crianças reais e não ideais, alguns desafios na melhoria dos processos de adoção precisam ser realizados. Logo, é necessário uma maior instrução por parte dos órgãos públicos responsáveis aos casais interessados na adoção, antes mesmo de se inscreverem na lista de espera – afim de diminuir as rejeições de crianças que não satisfazem os padrões das famílias e acabam se entristecendo. Para isso, deve haver a realização de palestras - de psicólogos e especialistas na área -, com atividades em grupos que sejam obrigatórias às famílias interessadas na adoção. Com bons diálogos e esclarecimentos sobre a realidade das crianças nos orfanatos e sobre a vida pós-adoção, as chances de adoções bem sucedidas podem crescer e o número de crianças abandonadas diminuir.