O número isolado de famílias querendo adotar, no Brasil, é animador- seis vezes maior que o número de crianças a serem adotadas, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça(CNJ). Apesar disso o sistema de adoção ainda enfrenta grandes problemas que superam os bons números. O primeiro deles está na preferência dos adotantes por crianças brancas e menores de um ano. Fato esse que mostra a discriminação racial em um país que a maioria órfã é negra ou parda. Dessa forma, a delimitação gera ainda um grande paradoxo: apesar de ter quantidade suficiente de famílias para acabar com os menores desamparados, os perfis dos últimos quase nunca os favorece a sair dessa condição. Outro impasse é a burocracia mal elaborada e fatigante que estagna as etapas das adoções acertadas. A imobilidade do sistema causa desgaste a criança e até faz, algumas vezes, os futuros pais reconsiderarem a adoção como um meio, haja vista o tempo desde conhecer o jovem até o dia em que ele se tornará seu filho pode durar mais de um ano. Diante das questões enfrentadas, são necessárias medidas de solução. Parcerias entre órgãos privados e do Estado e até ONGs podem ser firmados para, através dos veículos de comunicação, propagarem o incentivo à adoção sem perfil pré definido. Outro fator facilitador é realizar uma análise para simplificar o sistema de adoção, por parte do Estatuto da Criança e do Adolescente, além de reduzir- sem afetar a segurança do adotado- as fases da ação de adoção.