A sociedade consumista, a qual marca o modelo predominante do corpo social hodierno -século XXI- acarreta em uma grande suscetibilidade diante da aquisição de determinados produtos. Nessa perspectiva, o controle de dados na internet se denota uma ferramenta potente para induzir o navegante ao ato da compra, haja vista a seleção das opções estarem vinculadas ao desejo do usuário, e este se encontrar portanto diante de uma situação de "indução programada". Os usuários da internet no Brasil, no ano de 2016, equivaliam a cerca de 85% entre os jovens de 18 a 24 anos de idade e 64,7 entre os indivíduos com 10 ou mais anos de idade.Com isso, é perceptível que o número de pessoas submetidas às influências de controle de dados é alta, e em conformidade à essa realidade, têm-se o crescimento das redes sociais de entretenimento - tais como instagram e facebook- sob as quais muitos jovens dispõem tempo significativo logado. Diante de estratégias sutis, como os "trending topics", há um grande número de possibilidades de compras, filtrados por máquinas, condizendo justamente com o desejo do navegante. No entanto, essa filtragem comercial atua estrategicamente, através de algoritmos, para selecionar e ofertar produtos que dialoguem com o perfil mercadológico de cada indivíduo. Diante dessa lógica, a problemática -controle de dados na internet, manipulando o comportamento do usuário- não apresenta impactos negativos apenas ao induzir o consumismo, muitas vezes de bens supérfluos às necessidades do indivíduo, mas se configura danoso também pela falsa sensação de liberdade fornecida as pessoas que acessam a internet, que tem um recorte de seus arsenais de produtos prediletos, e são sutilmente ludibriados a consumir determinadas coisas- sejam elas filmes, música, bens materiais, etc. O investimento maciço em ferramentas digitais podem vir a potencializar o poder de influências que os algoritmos detém sob a população navegante, maximizar a lógica comercial em detrimento da liberdade de escolha e coadjuvar na perda do processo de aquisição crítica de produtos por parte de alguns usuários. Por fim, frente à esse contexto social, é imprescindível a tomada de medidas que diminuam os impactos da manipulação de dados na internet. Em primeira instância, fazem-se necessários à criação de portarias que regulamente e limitem o acesso que o sistema de máquinas possuem sobre os dados dos usuários, além de tornar obrigatório o esclarecimento do monitoramento dos dados dessas pessoas. Ademais, investimentos em palestras educativas e workshops, proporcionada por parcerias entre empresas privadas e o ministério da educação, que dialoguem sobre os impactos da sociedade de consumo e como somos falsamente induzidos a acreditar -através de mecanismos de controle midiático- que precisamos de determinados produtos, atuariam de forma exitosa à fim de reverter esse quadro.