No filme “Ela” o personagem principal desenvolve uma relação de amor com a voz do sistema operacional de seu computador. Apesar de causar certo estranhamento, relações como essas poderão ser mais corriqueiras em um futuro próximo, devido um uso excessivo das tecnologias que acarretam em diversas consequências pessoais e sociais, como o aumento da dependência. Portanto, se nenhuma medida for adotada os problemas tendem a se agravar. Para Anthony Giddens, a família é a primeira responsável pela a socialização dos indivíduos, contudo, à medida que a contemporaneidade exige mais dos pais, muitos não conseguem dedicar tempo para educar e brincar como os filhos. Nesse contexto, as tecnologias, como celulares e tablets são maneiras de entreter os jovens, abrindo brechas para o desenvolvimento de distúrbios, por exemplo nomofobia, no qual é o medo de ficar longe do smartphone. Por outro lado, o tempo gasto nas redes sociais também é um problema, posto que muitos usuários utilizam o serviço pra se informar. Umas das consequências disso é que aplicativos, como Facebook e WhatsApp são comumente meios de propagação de fake news, logo por não apresentarem ferramentas eficientes de verificação de notícias, as redes sociais se tornam uma moderna “Caverna de Platão”, em que os usuários acreditam possuir a verdade, mas na realidade trata-se de uma ilusão. Por conseguinte, é importante definir limites no uso das tecnologias a fim de minimizar as consequências. Sendo assim, é essencial que ONGs, em parceira com a mídia, desenvolvam palestras e campanhas publicitárias informativas para orientar a família sobre como delimitar limites no uso dos aparelhos eletrônicos. Outrossim, as redes sociais podem criar ferramentas para checar a veracidade de notícias, excluindo os perfis que propaguem fake news. Além disso, o Ministério da Saúde pode disponibilizar psicólogos no tratamento de doenças psicossociais. Combater os excessos e priorizar as relações pessoais é um caminho para evitar que haja no futuro mais “Elas”.