Com a evolução da tecnologia e da informação, verifica-se mundialmente os ciclos de inovação cada vez menores. Com isso, produtos com performances de ponta são reinventados a cada momento, versões após versões, com ciclos de absolência programados, estimulando o consumo exagerado pela sociedade e alimentado o uso excessivo da tecnologia. No Brasil, o cenário não é diferente. Dessa forma, alinhado com o pensamento de Einstein, a tecnologia ultrapassa nossa humanidade, tendo como consequências danos à saúde física, mental e emocional. Nesse contexto, percebe-se que muitos brasileiros, especialmente os mais jovens, estimulados a consumir todos os aparatos tecnológicos disponíveis, têm dedicado muitas horas por dia navegando na internet e abrindo mão de outras atividades importantes para seu desenvolvimento e interação na vida em comunidade. Atividades como caminhar na praia, se encontrar com os amigos, ir à restaurantes, fazer compras presenciais são substituídas por relacionamentos e jogos virtuais, compras online e uso excessivo das redes sociais. Dessa maneira, contribui-se para o individualismo, solidão, distúrbios emocionais e desinteresse pelas relações e interações sociais de fato. Além disso, observa-se no país um aumento do número de doenças como obesidade, diabetes e hipertensão. Tal aumento reflete os maus hábitos alimentares da população aliados ao uso excessivo da tecnologia em detrimento da prática de atividades físicas. A partir disso, têm-se indivíduos mais estressados, distantes das relações sociais, com baixa qualidade de vida, dependentes de aparelhos tecnológicos, que não conseguem usufruir dos reais benefícios que a ciência e tecnologia podem proporcionar. Assim, medidas são necessárias para conter o uso excessivo da tecnologia entre os brasileiros. O Ministério da Educação deve capacitar professores, por meio de cursos no horário contrário ao trabalho, para educar crianças e jovens ao uso consciente da tecnologia. É necessário consolidar o exercício da cidadania digital, alcançando o objetivo de elevar e emancipar o indivíduo para o uso das ferramentas tecnológicas ao seu dispor. Adicionalmente, o governo, por meio de incentivos fiscais, pode estimular as empresas tecnológicas a divulgarem, juntamente com seus produtos, cartilhas de conscientização sobre o melhor uso possível de seus aparelhos. Com isso, deixa-se mais claro o quão é importante construir uma educação digital e formar pessoas para o uso consciente da tecnologia.