No início do século XX, o prefeito vigente, Pereira Passos, instaurou uma série de reformas urbanas no centro do Rio de Janeiro, objetivando transformar a cidade em uma Paris do século XIX. No entanto, essas reformas agravaram diversos problemas já vividos pela parcela mais pobre da sociedade brasileira, visto que essas pessoas foram obrigadas a abandonar as moradias e buscarem novos ambientes com uma menor infraestrutura e, consequentemente, mais economicamente acessível, surgindo, assim, as favelas. Nesse sentido, pode-se inferir que as raízes históricas brasileiras têm contribuído para o crescimento do deficit habitacional vivenciado no Brasil, tornando-se, dessa forma, uma questão passível de intervenções. Mormente, é de suma importância salientar que o abismo econômico existente entre as classes sociais é um dos principais contribuintes para as dificuldades enfrentadas acerca da qualidade das moradias. Sob esse viés, é notório que o grau de escolaridade define os empregos e, os empregos definem os salários e, os salários definem as moradias que, em maioria por serem mais economicamente acessível, estão extremamente precárias. Isso ocorre, pois, segundo o jornal Estadão, apenas 10% da sociedade brasileira contém mais de 50% de toda a renda brasileira, dessa maneira, mais de 115 milhões de brasileiros viver com menos de um salário mínimo de renda mensal per capita tendo que arcar com alugueres, alimentação, educação e saúde, já que nenhumas dessas bases lhes são disponibilizadas de maneira eficiente pelo Governo. Consequentemente, as famílias brasileiras têm sido submetidas às péssimas condições habitacionais brasileiras. Ademais, insta ressaltar que a falta de projetos governamentais, com o intuito de melhorar as condições das habitações da população, tem colaborado para o crescimento dessa problemática. De acordo com o artigo 5º da Constituição Brasileira, o Governo deve assegurar a toda população acesso a moradias de qualidade. Todavia, essa não tem sido a realidade brasileira, haja vista que, conforme a CUT Brasil, 54,6 milhões de pessoas ainda moram em condições precárias. Isso acontece, porque, por ser um país em desenvolvimento, os governantes estão continuamente buscando fontes geradoras de lucro a fim de aumentar a riqueza do país e, dessa forma, as necessidades básicas brasileiras são postas de lado. Isto posto, a sociedade brasileira é obrigada a viver de modo precária, haja vista que o lucro é constantemente posto a frente do bem-estar social. Torna-se evidente, portanto, que, caso nenhuma medida seja tomada, as habitações brasileiras continuarão sendo um problema enfrentado pela população. Desse modo, é preciso que o Governo Federal crie programas habitacionais de construção de prédios, em que as obras serão realizadas pela população desempregada, e depois as habitações construídas serão disponibilizados para os economicamente desfavorecidos, gerando, assim, empregos e moradias para a sociedade. Além disso, é necessário que os governos estaduais levem para as áreas mais pobres, que não apresentam infraestuturas, saneamento básico e água potável, melhorando a qualidade de vida dos milhões de habitantes, além das melhoras na área da saúde, uma vez que o saneamento básico evitará que doenças que são transmitidas via fecal-oral se propaguem. Dessa maneira, os problemas causados pelos governadores que queriam apenas garantir a beleza das cidades começarão a ser sanados, e a sociedade brasileira deixará de viver de forma precária.