O desordenado processo de urbanização iniciado no Brasil no século XX, decorrente da industrialização necessária à inserção do país no mundo globalizado, acarretou em uma ampla problemática socioeconômica, na qual a questão do déficit habitacional se enquadra. Trazendo prejuízos sobretudo ao contingente populacional carente financeiramente, tal questão pode ser vista como um obstáculo ao desenvolvimento da nação brasileira. É indubitável que a esperança de melhores condições de vida foi essencial ao intenso êxodo rural verificado em meados do século passado. Em situação análoga ao ocorrido durante a colonização do Brasil, em que milhares de pessoas deixaram seus países para tentar a sorte no “Novo Mundo” americano, um significativo número de camponeses encaminhou-se aos grandes centros urbanos onde as indústrias estavam concentradas. Incapazes financeiramente de instalar-se em moradias adequadas, estas pessoas agruparam-se em áreas precárias, originando posteriormente as favelas. Destarte, as insuficientes condições de vida às quais expressiva parcela da população é exposta, causa problemas imediatos e a longo prazo. Instantaneamente, a ausência de uma conjuntura favorável ao pleno exercício das atividades diárias, leva a problemas de saúde e baixo rendimento laboral. Com o decorrer do tempo, essa realidade transpõe-se em uma situação socioeconômica inadequada, assim como oportunidades desiguais nos âmbitos educacional e trabalhista. A partir de uma visão ampla, é possível perceber os prejuízos que essa realidade traz ao desenvolvimento do país. É evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para resolver a problemática. À vista disso, é fundamental que o programa Minha Casa Minha Vida seja expandido. Para tal, uma lei visando o redirecionamento de verbas até então voltadas ao auxílio-moradia de estadistas – dispensável aos políticas já confortavelmente remunerados e capazes de arcar com seus gastos habitacionais – ao projeto supracitado deve ser aprovada pelo governo e imediatamente implementada. Desta forma, será possível a efetiva construção de um Estado de igualdade, como proposto na Constituição Cidadã.