Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Deficit habitacional no Brasil

Redação enviada em 28/07/2018

A problemática da falta e/ou precariedade das moradias constitui-se como um dos principais fatos sociais que fazem parte do cenário socioeconômico brasileiro. Essa situação apresenta origens históricas, remontando-se ao Brasil do início do século XX, com o movimento higienista impulsionado pela política de higienização das cidades brasileiras, o que fez com que mais da metade da população considerada "nociva" à saúde da cidade fosse morar na periferia em condições precárias, formando os primeiros conglomerados humanos no país. Além dos fatores históricos que influenciam diretamente no problema da moradia no país, há aqueles que fazem com que esse fato persista no Brasil. O primeiro deles é a má distribuição de renda entre a população brasileira, desenvolvendo a concentração de riquezas por parte de uma elite e desfavorecendo a maioria dos habitantes brasileiros. Com isso, a maior parte das pessoas, devido à baixa renda, fixa-se em moradias de pouca infraestrutura em bairros mal planejados, onde os problemas de saneamento básico, iluminação e segurança são elevados. A condição financeira reduzida também colabora para o adensamento populacional, ou seja, muitas pessoas morando em um só imóvel. O segundo fator é a falta de compromisso do governo em relação aos cuidados urbanos e elaboração de projetos habitacionais. No Brasil, há uma precariedade dos direitos básicos à moradia adequada (água, saneamento básico, fiação elétrica, segurança) em decorrência do descaso governamental para com os projetos habitacionais. Para ilustrar essa situação, o jornal ABC Habitacional publicou uma matéria contendo a informação de que mais de 30 mil obras do projeto estatal "Minha Casa. Minha Vida", estão paradas em todo o Brasil desde 2017. Com isso, a população brasileira é vítima desse descaso a partir do momento em que passa a morar em habitações sem estrutura. Outrossim, a alta especulação do mercado imobiliário contribui de maneira clara para o problema habitacional no país. O alto custo dos imóveis nas zonas urbanas de melhores infraestruturas causa a migração da população do centro da cidade para a periferia, desenvolvendo os conglomerados urbanos sem infraestrutura adequada. É desencadeado outro fato social, conhecido como segregação espacial, uma vez que há a divisão evidente entre as pessoas que moram no centro e as que moram em zonas afastadas da cidade. Dessarte, para solucionar o problema do déficit habitacional, a maioria dos projetos de construção de casas deve ser de iniciativa estatal e não mais privada, a fim de não aumentar o preço das terras para a construção de casas e consequentemente não favorecer a especulação imobiliária. Além disso, todo o dinheiro desviado pelo governo deve ser repartido e redistribuído entre a população para findar as suas necessidades (educação e saúde, por exemplo), sobretudo para investir em projetos habitacionais e acabar com a má distribuição de renda, de forma a tornar a população mais igualitária. Tais medidas devem ser tomadas a fim de livrar a população brasileira de um problema que é de responsabilidade do governo.