Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Deficit habitacional no Brasil

Redação enviada em 07/06/2018

A insurgência do Estado de Bem-Estar Social, no curso do século XX, nos países nórdicos europeus, foi produto da consciência administrativa de que o sistema capitalista não deve ser fomentado em detrimento de direitos sociais, como a moradia adequada. Em contraste a esse bojo, observa-se, nas conjunturas brasileiras, uma lesão a princípios constitucionais, haja vista o descaso estatal com problemáticas nefastas à prosperidade comum. Nesse sentido, a perduração de retrocessos desenvolvimentistas, como o deficit habitacional, tanto quantitativo quanto qualitativo, é decorrência de uma intervenção executiva improdutiva e uma baixa reivindicação civil. Convém-se ressaltar, a princípio, que inexistem políticas públicas que versem à integração de moradores de rua - por meio do fornecimento de domicílios - e à adequação das habitações localizadas em zonas periféricas. Em contrário, as ações são pontuais, a exemplo do programa federal "Minha Casa Minha Vida", que concerne apenas à carência quantitativa. Coadunado a isso, o projeto, recorrentemente, interdita a efetivação do direito à cidade, previsto pelo Estatuto da Cidade, ao segregar os indivíduos à áreas de dificultado acesso aos centros urbanos. Isso demonstra uma administração pública que pouco tange ao respeito ao cidadão e às prerrogativas que pertencem-no. Vale ressaltar, ainda, que a questão encontra-se em relativa invisibilidade no panorama nacional, visto que a problemática não é devidamente abordada pelas escolas e pela mídia, as quais influenciam determinantemente na postura a ser adotada pela sociedade civil. Desse modo, a vulnerabilidade dos sujeitos de baixa renda, em suma, permanece, posto que, de acordo com Karl Marx, sociólogo prussiano do século XIX, as revoluções empreendidas, baseadas na insatisfação popular, traduzem-se na reversão de intempéries no tecido social. Nesse viés, são desveladas instituições e veículos que isentam-se de seu compromisso com a coletividade. Destarte, é fulcral que as escolas responsabilizem-se em promover palestras que evidenciem os problemas relacionados ao deficit habitacional no Brasil, por meio da participação de urbanistas especializados no tema e moradores de periferias, a fim de aumentar a discussão sobre o tema e desse modo, aumentar o anseio civil por mudanças e a conseguinte cobrança ao Estado para que medidas específicas sejam implementadas.