Segundo Platão,filósofo grego, mais importante que viver é viver bem , seguindo esse pensamento é necessário avaliar a questão do déficit habitacional brasileiro que vem impedindo a qualidade de vida de milhões de pessoas. Essa problemática fere a Constituição Federal no seu artigo 6° que garante a moradia como direito social. Conforme dados do IBGE, em 2014, aproximadamente 60 milhões de brasileiros viviam em situação habitacional inadequada. Diante disso é importante definir habitação inadequada como domicílios que carecem de infraestrutura na construção, acesso a água encanada e saneamento básico. Esses números revelam a grande mazela que é a precariedade moratória canarinha, pois o Artigo 21° da Constituição Nacional determina que a União forneça esses direitos básicos para uma boa vida, mas ,infelizmente, a realidade oferecida é contrária à ideal. Além disso, há a problemática quantitativa,isto é, o obstáculo já não é a qualidade e acesso aos serviços supracitados , mas a dificuldade na obtenção de moradias. Com alugueis muito caros nos perímetros urbanos tornou-se recorrente a junção de famílias que coabitam em espaços físicos cada vez menores, tendo por finalidade diminuir a despesa mensal,caracterizando ,dessa maneira, a superlotação domiciliar. Prova disso é processo de formação das favelas e cortiços nos centros urbano, muito recorrente na cidade do Rio de Janeiro, que representa o retratado no livro "O Cortiço'', de Aluísio Azevedo, publicado em 1890. Naquela época, o livro já mostrava a falta de privacidade,dificuldades de convívio, falta de saneamento e ausência do Estado, e é isso que ainda acontece nas favelas e cortiços atuais. Dessa forma, a Lei não é cumprida,o Estado, irresponsavelmente, não faz seu papel provedor e a população sofre as consequências,em qualidade e quantidade, da deficiência habitacional. Fica claro,portanto,a necessidade de mudanças. É imperioso que o setor privado receba incentivos governamentais para atuar na solução desse problema, o que deve ser feito por meio de isenções fiscais em obras de expansão urbana, bem como as de adequação de moradias nos bairros necessitados. Assim, o país caminhará rumo à diminuição do déficit habitacional e ,consequentemente, mais pessoas viverão bem.