Ao analisar a questão de moradia no Brasil, é possível perceber que essa apresenta vários impasses. É alarmante e inadmissível o número de pessoas que não possuem um lugar para morar. Assim, tal questão é motivada por gestações governamentais ineficazes e ao voraz mercado imobiliário, que juntos ocasionam muito sofrimento a vários brasileiros. A questão do Brasil frente ao seu déficit habitacional, não é um problema recente, pois, a “semente” , já havia sido plantada desde o Brasil Colônia, às Capitanias Hereditárias , um sistema de divisão de terras muito desigual, que se estende até hoje, porém, em outros moldes. De acordo com a Folha de São Paulo , o país conta com mais de 7 milhões de brasileiros com falta de moradia, e apenas 1.6 milhão estão concentrados em São Paulo. Sabe-se que vários programas governamentais já foram criados para suprir tal mazela, como o Banco Nacional de Habitação, criado na ditadura, às COHAB’s e o programa Minha Casa Minha Vida, contudo, nenhum foi capaz de erradicar a falta de moradia. Porque possuem problemas de má gestão de recursos , como o exemplo do BNH, o qual utilizou menos de 1/3 de seus recursos para beneficiar quem realmente necessitava. Ainda dentro desse cenário, outro ponto a ser analisado, é o abusivo valor cobrado nos aluguéis. O mercado imobiliário para algumas pessoas, tornou-se um investimento. Entretanto essa técnica acaba por encarecer os aluguéis, pois, muitas vezes, as imobiliárias deixam o imóvel desocupado, não cumprindo com a sua função social, porque é mais vantajoso do que baixar o aluguel e proporcionar moradia as pessoas. No Brasil apesar de ser proibido manter imóveis desapropriados, não existem leis que penalizem tal prática. Assim, consequentemente, fazem com que a população que não possui recursos para pagar os aluguéis, acabam tendo como única solução para não ficarem nas ruas, a ocupação de prédios abandonados. Contudo, essas habitações não possuem segurança, e acabam por desabar, como o ocorrido num prédio no centro de São Paulo. Torna-se evidente portanto, que a falta de moradias dignas , é uma mazela que necessita ser superada. Assim, é necessário que o governo seja mais honesto com a população, e faça uma boa gestão dos programas disponíveis para a construção de moradias. Sendo fundamental a fiscalização dos investimentos e a prestação de contas à sociedade. Além disso, é preciso que o Estado regule com mais afinco o mercado imobiliário, não permitindo a permanência de imóveis vazios sem realizar função social, que é obrigatória por lei. Para que só assim, possamos garantir acesso á moradia a toda a população.