A transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, provocou a falta de moradia a grande parte da população, uma vez que o Rio de Janeiro não estava preparado para receber tantas pessoas que vinham com Dom João VI. Tal contexto mostra que o problema do déficit habitacional no Brasil vem antes mesmo da Independência e, assim, deve ser solucionado, já que contribui para o desenvolvimento da marginalização e da, consequente, violência, haja vista que esses indivíduos ao anseiarem condições dignas de residência partem para meios, geralmente, desonestos. A Constituição Brasileira de 1988 garante o direito de habitação a todo cidadão, no entanto, observa-se que desde o período joanino isso nunca foi realidade - e nem mesmo agora, sendo um direito -, visto que o estabelecimento da Corte de Portugal no Brasil, por exemplo, causou uma enorme massa de desabrigados. Desse modo, foram forçados a irem para as periférias, o que provocou marginalização dessa população, como se observa na contemporaneidade, em vista da maior parte da criminalidade estar nas favelas. Logo, o aumento da criminalidade é um resultado desse déficit. Além disso, a corrente filosófica do determinismo afirma que o indivíduo é produto do meio no qual está inserido e, logo, se alguém cresce em meio a violência, torna-se violento. Em consonância com esse pensamento, enquadra-se o filme "Cidade de Deus", que conta a história de crianças que vivem no meio do crime e, ao crescerem, buscam por meio de métodos desonestos uma vida "mais digna". Dessa forma, essa insuficiência de residências contribuem para o problema da violência se desenvolver. Medidas para reverter esse problema, portanto, são necessárias. Para isso, o Poder Executivo deve cobrar impostos em rodovias por meio de pedágios, a fim de arrecadar verba para construir casas dignas e, em associação com o Banco do Brasil, promover meios acessíveis de financiamento dessas moradias para a população.