O processo de urbanização, no Brasil, teve início no século XX, a partir do processo de industrialização. Naquele momento, sob influência europeia, da Belle Époque, cidades, como o Rio de Janeiro tentaram se adequar a esse padrão resultando em um processo de periferização e favelização. Além disso, problemas de concentração de renda aumentam o deficit habitacional brasileiro. De acordo com a Fundação João Pinheiro, dados de 2008, cerca de um terço da população brasileira moram em situação inadequada ou não possuem casa. Isso coloca o Brasil entre os países com maior deficit habitacional. Ainda assim, a crise econômica que afeta o país, desde de 2014, contribui para agravamento do problema. Uma vez que o aumento do desemprego afeta a renda das famílias e essas terão dificuldade de pagar o aluguel. Outro motivo para o deficit de moradia foi o encolhimento de investimento em programas como o Minha Casa, Minha Vida deixando a população de menor renda refém de um sistema capitalista que beneficia os abastados. Dessa maneira, muitas famílias perderam suas casas e tiveram que buscar opções alternativas. Uma realidade exposta no filme “Era o Hotel Cambridge” que mostra o drama dos refugiados sem moradia. Por outro lado, o processo de urbanização brasileiro não foi feito de modo planejado, mas sim de maneira arbitrária expulsando os menos favorecidos dos centros urbanos e abrindo brechas para a ocupação de forma inadequada ou sem infraestruturas básica, como água e tratamento de esgoto, situação que aconteceu nas favelas e bairros das periferias. Por conseguinte, obedecendo a Constituição de 1988, que garante a moradia como um direito social, o Ministério das Cidades deve aumentar os investimentos em programas sociais, como Minha Casa, Minha Vida, priorizando a população de baixa renda. Ademais, a Carta Magna defende a ideia que a propriedade deva cumprir uma função social. Logo, as Secretarias das Cidades podem analisar os prédios/terrenos abandonados ou com estruturas incompletas que não cumprem seu papel social e permitir a ocupação desses por famílias previamente analisadas e cadastradas. Somente com políticas públicas será possível minimizar esse grave problema.