Os cortiços -habitações coletivas precárias- no Brasil, surgiram no século XIX, após a abolição da escravidão, e com o processo de intensificação da urbanização não houve a criação de uma infraestrutura adequada para atender a alta densidade populacional, por conseguinte aumentou significativamente a existência de moradias insalubres nas cidades brasileiras. Isso é reflexo da falta de comprometimento dos órgãos públicos em defesa do direito fundamental da moradia e dignidade da pessoa humana associado a uma enorme concentração de renda, que dão origem ao sério problema do deficit habitacional no Brasil. Mormente, há no Brasil um desrespeito a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em 1948, e ao Tratado Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais -promulgado em 1996, pois segundo o IBGE 2,3 milhões de "domicílios" não possuem condições adequadas para garantir a dignidade humana. O que mostra uma falta de comprometimento do poder público, tais como União, Estados e municípios em promover políticas públicas para evitar que pessoas morem embaixo de pontes, em casas de pau a pique, em palafitas, em casas improvisadas em morros, entre outras habitações que coloquem em risco a vida de uma pessoa. Logo, o problema do deficit habitacional no Brasil é, também, negligência do poder público. Ademais, outro fator que colabora para a ocorrência do deficit habitacional no Brasil é a alta concentração de renda. Diante disso, na obra "Morte e Vida Severina" de João Cabral de Melo Neto, o poeta narra uma triste realidade , frequente no país, a qual retrata a sina de pessoas submetidas a pobreza e a miséria. Os severinos brasileiros que morrem de fome um pouco por dia são as verdadeiras vítimas da má distribuição de renda , pois eles mal tem condições financeiras para se alimentar, quanto menos garantir uma moradia, já que, infelizmente, condições dignas de habitação não são acessíveis a todos nesse país. Portanto, o problema do deficit habitacional no Brasil é consequência da negligência do poder público e da concentração de renda. A fim de atenuar essa problemática, urge que a população mobilize-se em ONGs, e exija do poder público medidas efetivas para combater o deficit habitacional, como a ampliação do programa 'Minha Casa Minha Vida" , para que se estenda a pessoas com rendas menores que 1800 reais mensais, é importante que ocorra manifestações de forma intensa em todos os meios midiáticos em prol da minoria desfavorecida. Além disso, é essencial melhorar a distribuição de renda no país, sendo fundamental uma reforma educacional, é importante que o Ministério da Educação promova cursos para melhor capacitar professores e disponibilize materiais didáticos de melhor qualidade, para que assim crianças e jovens tenham um futuro com mais oportunidades.