O livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, demonstra o triste cotidiano da vida em favelas. Nesse sentido, é indubitável que o déficit habitacional, no Brasil, representa um desafio a ser enfrentado de forma organizada e urgente pela contemporaneidade. Isso se evidencia pelo não cumprimento das leis do país aliado à má distribuição de renda. Tendo em vista o descumprimento das normas brasileiras, é controvertível que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De forma análoga, é possível perceber que, no contexto brasileiro, a violação à Carta Magna rompe essa harmonia, haja visto que a desigualdade na divisão de renda – evidente não somente na falta de moradias adequadas, mas também pela precariedade que se encontra departamentos como o de saúde e educação – deixa nítida a falta de estabilidade proposta pelo filósofo. Ademais, destaca-se a violência como consequência da contrariedade. Verifica-se, no país, que o maior índice de agressões está concentrado nas regiões que possuem o déficit domiciliar. Segundo uma pesquisa realizada pela Data Favela, em 2015, 65% dos moradores de favela tem medo de sofrer brutalidades dentro de suas comunidades. O filme “A Cidade de Deus”, mostra tal realidade presenciada pelos cidadãos onde os protagonistas “Zé Pequeno” e “Cabeleira” tentam fugir das hostilidades que são praticamente impostas aos moradores de conjuntos habitacionais populares. Desse modo, é notório que a falta de residências adequadas para a população necessita de solução. Portanto, cabe ao Ministério da Fazenda, por meio da implantação de projetos, buscar uma melhor distribuição de renda para que não só a problemática do déficit de moradias como também as demais ligadas ao tecido social brasileiro sejam solucionadas. Compete às famílias, mediante uma boa educação dialética, formar jovens que além de cooperar com o cumprimento das leis, denunciando sempre que possível as infrações, sejam avessos a qualquer forma de violência. Assim, será possível a construção de uma nação em que todos possam desfrutar de uma habitação digna, de modo que se desenhe um futuro melhor.