As obras de Oscar Niemeyer são meticulosamente calculadas, cada centímetro, ou para relembrar algo ou sendo totalmente inovadora, sempre deixa abismado quem as observam. No entanto, a realidade das cidades brasileiras não se compara aos feitos do arquiteto. Ademais, se divergem, onde vemos o crescimento desorganizado e a falta de estruturação como as principais causas de uma problemática da contemporaneidade, o deficit habitacional. Milton Santos, geografo brasileiro renomado, destacando-se principalmente pelo trabalho em relação à urbanização do Terceiro Mundo, explicita em suas obras as consequências da falta de estruturação na construção das grandes capitais brasileiras. A inexistência do planejamento, por sua vez, gera o crescimento desorganizado, que se mostra como um originador de problemas futuros, como a desigualdade e habitações precárias. O crescimento desordenado em consonância com a falta de estruturação gera uma periferização nas cidades, onde as famílias de baixa renda se aglomeram em torno dos centros em moradias não próprias para habitação. Essas áreas, em sua maioria, carecem do saneamento básico necessário, como o recolhimento de lixo e esgoto, enquanto, muitas vezes se mostram exíguas mesmo em essencialidades, como o acesso à água potável. Visando resolver o deficit habitacional brasileiro, o Ministério das Cidades deve tornar mais rigorosa seu controle perante a construção nos centros urbanos. Enquanto cria campanhas que incentivem a desmetropolização, ou seja, o povoamento de centros menores. Apenas com o controle da urbanização brasileira o Governo será capaz de diminuir o déficit populacional, levando mais cidadãos à áreas próprias de se viver, e talvez no futuro, aproximar as cidades às obras de Niemeyer.