Na década de 1957, o escritor Aluísio de Azevedo, representante do naturalismo, criou uma importante obra na literatura brasileira que se chama '' O Cortiço '', em que ele retrata a precariedade que as pessoas daquele conjunto habitacional viviam. Desse modo, percebe-se que atualmente esse fato recorre com frequência, na qual a favelização, o cortiço, os impertinentes modos de conviver, se resumem no déficit habitacional. Então, analisando a problemática, tem-se que a concentração fundiária e a desigualdade são necessárias para o entendimento do assunto. Mormente, a concentração fundiária origina um empecilho na questão habitacional dos cidadãos brasileiros, visto que a maior parte das terras que existe no país se concentra nas mãos da classe dominante, em que se resulta da política oligárquica e aristocrata do passado do Brasil. De acordo com Montesquieu, a democracia e o respeito às leis são essenciais, contudo grande parte das pessoas que se mudam para o Brasil por motivos de resistência e intolerância, não possuem acesso à moradia e boas condições de vida. Dessa forma, a existência de classes sociais fará com que não haja respeito às pessoas pobres. Por outro lado, a desigualdade perdura na sociedade, em virtude de grande parte da população sem acesso não possuir voz nas chamadas políticas públicas, meio de inserção às moradias. Segundo a arte realista de Jean François Millet, o retrato de pessoas que viviam em situações críticas era importante, pois podia atingir uma classe mais alta, visando à busca por justiça. Com isso, o déficit habitacional existente no Brasil melhorará quando não existir desigualdade, em que o direito às condições essenciais para viver poderá amenizar o problema. Torna-se evidente, portanto, que a obra de Aluisio de Azevedo deve se distanciar da realidade atual do Brasil. Para isso, o Ministério do Desenvolvimento Social, em parceria com ONG'S, deveria promover palestras a fim de convencer as pessoas da situação péssima de vida perante a concentração fundiária e organizar eventos para combater isso. Ademais, instituições educacionais, em parceria com a população, deveria debater a respeito da desigualdade e apresentar motivos contundentes de modo que eles lutem pelos seus direitos com mais dignidade. Logo, o déficit habitacional no Brasil diminuirá.