No início do século XX, Pereira Passo objetivava transformar o Rio de Janeiro em uma Paris e, por isso, realizou diversas reformas urbanas. Essas reformas deixaram a cidade com características europeias, mas, para que isso ocorresse, foi necessário demolir diversos cortiços deixando essa população desabrigada e em busca de quaisquer moradias, contribuindo, assim, para o início da favelização. Nesse sentido, pode-se inferir que essa beleza da metrópole se dá por meio de raízes amargas que contribuíram assiduamente para deficit habitacional no Brasil, tornando-se uma questão passível de intervenções. Mormente, é de suma importância salientar que a dificuldade enfrentada no âmbito das moradias ocorre, principalmente, devido ao abismo entre os salários. Parafraseando Karl Marx, a história da sociedade até hoje é a história da luta de classes, em que o grau de escolaridade, que não é fornecido pelo Estado, define os empregos. E os empregos definem os salários. E os salários definem quais lugares são possíveis para morar, que se mostraram em maioria precária, visto que uma pequena parcela ganha muito e o restante, que é uma grande parcela dos cidadãos, segundo Centro Universitário Fundação Santo André sacrifica mais de 30% do salário para alugar uma moradia extremamente inviável, como as “kitnets” em comunidades que são utilizadas por famílias com mais de quatro integrantes que ocupam juntos apenas um cômodo. Dessa maneira, nota-se que a concentração de renda tem gerado problemas habitacionais para a população. Ademais, é importante ressaltar que, mesmo com a criação de projetos como Minha Casa, Minha Vida, o Governo Federal ainda mostra desinteresse em melhorar a situação dessa população. De acordo com o artigo 5º da Constituição brasileira, o Governo deve garantir a toda a população moradias de qualidade. No entanto, esse parágrafo tornou-se uma utopia, uma vez que, por estar continuamente envolvido em corrupções, o Governo brasileiro não investe em melhorias tanto educacionais como também em moradias, deixando a população viver em condições inabitáveis, como o caso de algumas pessoas que vivem no Norte do País em palafitas. Dessa forma, o decifit habitacional brasileiro tem-se agravando ainda mais. Torna-se evidente, portanto, que as atitudes tomadas no início do século XX contribuem para as dificuldades enfrentadas pela população até a atualidade. Desse modo, é preciso que o Governo Federal realize investimentos em escolas e em cursos profissionalizando, por intermédio de fundações privadas garantindo-lhes benefícios para que possa realizar essas melhorias, para toda a população, visando aumentar o grau de escolaridade da sociedade, pois, ao conseguirem melhores qualificações, poderão melhorar de vida, deixando, assim, de viver em condições precárias. Outrossim, é necessário que, como solução mais rápida, o Governo ofereça para algumas construtoras privadas incentivos fiscais, a fim de que elas construam prédios como o projeto Minha Casa, Minha Vida, além de oferecer créditos à população com o objetivo de que ela possa adquirir a moradia. Destarte, o artigo 5º da Constituição Federal Brasileira deixará de ser uma utopia e tornar-se-á a realidade de toda a sociedade.