Título da redação:

Orgulho da Finlândia

Tema de redação: Deficit habitacional no Brasil

Redação enviada em 10/04/2018

Aluísio Azevedo, na obra “O Cortiço”, descreve um espaço caracterizado por um amontoado de casebres mal-arranjados, onde os pobres vivem sob condições precárias de moradia, em pleno contexto de urbanização do Rio de Janeiro no século XIX. Entretanto, fora do universo literário, a situação de muitos brasileiros, atualmente, é similar às condições dos personagens criados pelo escritor naturalista. Além disso, nesse mosaico social, percebe-se que fatores econômicos e espaciais são os principais agentes responsáveis pelo deficit habitacional no Brasil. Nessa perspectiva, observa-se que a pobreza acentuada interfere no problema. Segundo Karl Marx, a base da sociedade é a economia. Nesse parâmetro, é fato que a economia neoliberal brasileira que prefere a evolução da arrecadação capital ao progresso dos direitos sociais - tal economia está sendo intensificada no governo Temer com as polêmicas reformas trabalhista e previdenciária – intensifica a desigualdade social e, consequentemente, agrava a pobreza. Logo, a população carente economicamente que é protagonista do quadro habitacional deficitário brasileiro, devido à distribuição desigual de renda e à falta de habitação com preços acessíveis, é um lamentável reflexo da base econômica do país. Ademais, é fato que a supersaturação populacional urbana, principalmente nas grandes cidades, atua na deficiência em questão. Nesse âmbito, nota-se que as metrópoles com grande influência econômica no panorama nacional – como São Paulo e Rio de Janeiro – são alvos de pessoas que imigram com a intencionalidade de ter melhores condições de vida e oportunidades de emprego. Contudo, em decorrência desses mesmos fins, visualiza-se um saturado aumento populacional em contraste com a capacidade estatal e espacial de abrigá-los. Com isso, muitos indivíduos submeter-se-ão a viver em favelas, cortiços, morros ou nas ruas, cujos ambientes, em grande parte, carecem de infraestrutura e saneamento básico necessários. Destarte, há a corroboração atemporal da visão segregacionista de Aluísio de Azevedo. Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para atuar no impasse. Sendo assim, é de suma importância que as pessoas mudem o comportamento diante da problemática e passem a cobrar dos representantes políticos o direito universal à moradia o qual é garantido pelo artigo 6º da Constituição Federal. Outrossim, é preciso que o Governo Federal forneça mais habitações permanentes, além de assistência social para ajudar a população em questão a equilibrar a vida socioeconômica, sem impor condições, assim como a Finlândia fez e resolveu quase integralmente o problema habitacional do país. Dessa forma, com a fusão das forças popular e estatal, o problema de Aluísio de Azevedo é dizimado e o deficit habitacional é minimizado no Brasil.