Quando Aluísio de Azevedo publicou a obra O cortiço, em 1890, teve como finalidade retratar as condições do povo brasileiro naquele tempo. Apesar da diferença temporal, hoje, ainda é perceptível uma situação semelhante à anterior, especialmente no déficit habitacional, causados pelo alto custo de vida, em médias e grandes cidades, além da baixa efetividade dos programas de auxílio à moradia. Sabe-se que todo cidadão tem direito à moradia, educação, saúde e lazer, como enaltece o sociólogo Thomas Marshall. Contudo, dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mostram que uma em cada três famílias brasileiras vive em condições habitacionais inadequadas. Estima-se que o país tem um déficit habitacional de 5,8 milhões, sendo que 90% das famílias que necessitam de moradia são de baixa renda. Tal fato explica porque as cidades do país têm cada vez mais casas construídas em áreas impróprias, sujeitas a enchentes e deslizamentos, o que leva muitos a morarem em lares improvisados. Além disso, a possibilidade de melhorias é clara indo ao encontro dos programas que auxiliam à moradia. Porém, setenta e sete empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida foram visitados em 12 estados. Técnicos da Controladoria da República e do Ministério da Transparência avaliaram o nível de satisfação dos moradores em quase 1.500 unidades habitacionais. Em 33% dos casos, consideraram boas as residências, e 47% consideraram regular. Desse modo, pode-se avaliar que a qualidade estrutural desse programa ainda deixa a desejar. Portanto, medidas são necessárias para a solução de impasse, e sugere-se uma possível resolução. Dessa maneira, encontra-se a possibilidade de aumento na fiscalização de programas como o Minha Casa, Minha Vida, com a presença assídua de servidores públicos, acompanhando e cobrando os melhores resultados e com o auxílio dos futuros moradores, pois este é o público que a moradia será útil. E dessa forma, essa atitude sirva de incentivo para uma maior organização de outros programas existentes de auxílio à moradia.