Título da redação:

O cortiço São Romão nacional

Tema de redação: Deficit habitacional no Brasil

Redação enviada em 22/04/2018

O romance naturalista de Aluísio de Azevedo, O Cortiço, é uma obra que representava, no século XIX, a realidade habitacional de diversas famílias. A história é focada numa habitação coletiva, o cortiço São Romão, que mostra a precariedade ao qual os moradores, caracterizados pela baixa renda e escolaridade, eram expostos. Embora apenas uma obra fictícia, não se pode ignorar as semelhanças com o Brasil do século XXI, que tem como um dos principais entraves o deficit habitacional. É ininteligível não associar o aumento do contingente demográfico nas favelas e cortiços ao período de industrialização brasileira, a qual foi responsável pelo fenômeno conhecido como Êxodo Rural, que, devido a substituição da mão de obra humana pela maquinaria no campo, levou a migração de 30% da população tupiniquim, em 1970, de acordo com o IBGE, em busca de trabalho. Contudo, o despreparo das cidades para receber o assombroso número, configurou a expansão desmedida das periferias urbanas e precarização nas condições de vida dos trabalhadores. Em 2009, foi lançado o programa governamental Minha Casa Minha Vida, que tinha como intuito reduzir o deficit habitacional, no entanto, com base nas evidências empíricas, foi um fracasso, porque, além de gerar problemas sociais, como a segregação, e encarecer imóveis, aumentou tal deficit, segundo a recente pesquisa da Universidade Católica de Brasília, denota-se, então, o caráter desinteressado do Estado em criar medidas eficazes ao imbróglio. Urge, assim, que o Governo Federal reconheça o principal vetor impediente a solução do deficit: a falta de escolaridade dos oradores de tais habitações. Dessa forma, o Estado canarinho precisa investir em escolas e cursos profissionalizantes, a fim de que se aumente o grau de escolaridade e se confira a população melhores possibilidades de emprego, e, consequentemente, boa condição de vida. Destarte, o Brasil, ao primar a educação, poderia, finalmente, se tornar o país idealizado na Constituição: que visa zelar o cidadão.