Título da redação:

O Cortiço

Tema de redação: Deficit habitacional no Brasil

Redação enviada em 18/08/2018

No despontar do presente século, o problema do déficit habitacional ainda é uma pedra no caminho da nação verde-amarela. Nesse sentido, a ineficiência de iniciativas governamentais contribui para o aumento de pessoas que não possuem habitação adequada. Além disso, a falta de planejamento urbano e do controle estatal corroboram para essa fragmentação social. Assim como a obra “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo, muitas famílias atualmente recorrem a moradias alternativas como casarões e prédios abandonados, aumentando a possibilidade de tragédias como na ocupação de um prédio em São Paulo, que desabou devido a um incêndio. Isso porque, as iniciativas governamentais, como o programa Minha Casa, Minha Vida são burocráticos e demorados Desse modo, evidencia-se a urgência na reversão desse quadro, para que um direito imprescindível não seja negligenciado. Além dessa constatação, é fundamental o entendimento que a favelização está ligada a urbanização. Na esteira desse processo, o crescimento desordenado da cidade sem o planejamento urbano e o controle estatal influenciou para a elevação do preço de moradia nos centros, fazendo com que a população migre para a periferia, gerando como citou Milton Santos, um ” espaço dividido”. Portanto, é necessário a configuração metodológica e estrutural para cumprir, devidamente, o direito de moradia dos cidadãos. Como bem lembrou o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é um corpo e necessita que seus órgãos estejam sadios para o pleno funcionamento. Tomando como norte a máxima do autor, para que o cenário do déficit habitacional seja revertido são necessárias medidas concretas que tenham como protagonistas o Estado e os Ministérios Público e do Desenvolvimento Urbano. O Estado, em parceria com empresas privadas deve tornar o acesso a moradia daqueles que vivem em lugares abandonados, menos burocrático. O Ministério Público deve fiscalizar a verba repassada para que as obras não atrasem. O Ministério do Desenvolvimento Urbano deve renovar a política habitacional de modo a cuidar da população que vive nas periferias, garantindo saneamento básico e transporte, além de prevenir para que novas favelas não sejam formadas. Somente assim, “O Cortiço” será apenas uma dimensão literária e não mais uma realidade.