Título da redação:

Ontem eterno

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 22/10/2016

No séc. XVIII, na Europa, a urbanização e a difusão incontrolável de ideias, como o Iluminismo, levaram ao questionamento da ordenação divina da sociedade. Assim, questões como a sexualidade passaram a ser discutidas e, depois de mais de 200 anos, ocorreu a primeira Revolução Sexual, em 1960, na qual a balança moral inclinou-se à liberdade, com o surgimento da pílula anticoncepcional. Entretanto, mesmo com o desenvolvimento de métodos contraceptivos, dados apontam que ,no Brasil, cerca de um milhão de adolescentes engravidam por ano, algo ligado à realidade de relações sociais, seja por costumes arraigados, seja por repressões. Para os animais irracionais, a gestação limita-se à simples perpetuação da espécie. Já para o ser humano emerge o caráter social e, como unidade básica da sociedade, a família insere-se no contexto. Desse modo, a vida moderna acelerada dificulta o diálogo entre pais e filhos e a sexualidade é vista como um tabu. Nesse viés, predomina a dominação tradicional, conceito definido por Weber como costumes arraigados passados de geração a geração, no qual aspirações do indivíduo –no caso o filho- são reprimidos por forças do “ontem eterno” que movem-no para uma luta diária de controle tendenciosa a uma via de escape. Outrossim, nas análises freudianas, essa repressão sexual gera uma perturbação na vida emocional. Dessa maneira, a via de escape para canalizar isso pode ser de forma inconsequente. É o caso de adolescentes iniciantes de uma vida sexual desprotegida, culminando na gravidez precoce. Ademais, muitos jovens recorrem ao aborto, ingerem medicamentos de risco, trazendo consequências para a própria saúde. Entende-se, portanto, que mesmo com métodos contraceptivos, os indivíduos assumem comportamentos arriscados em decorrência da falta de diálogo e pelo tabu criado acerca de assuntos como a sexualidade. A fim de atenuar o problema, o MEC deve instituir palestras ministradas por psicólogos em escolas para alunos e pais e, o Ministério da Saúde criar instituições auxiliadoras para grávidas precoces, com apoio psicológico e acompanhamento da saúde da mulher e da criança e que insiram o pai, afinal a responsabilidade é do casal.