Título da redação:

O martírio da gravidez na adolescência

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 14/11/2016

É inequívoco que a gravidez precoce é um problema de saúde pública no Brasil, visto que o SUS não dispõe da infraestrutura adequada, tal qual a gestante não está pronta fisiologicamente e psicologicamente para ser mãe. Deste modo, as classes baixas são padecentes do sistema hierárquico, onde o fruto da inocência será uma criança comumente rejeitada e oprimida pelo ambiente social em que está inserida. Infere-se da obra "Antígona", de Sófocles, que não deve-se discorrer de maneira leviana as próprias ações no mundo, todavia, a gestação na adolescência é produto de uma estrutura familiar turbulenta, no qual a responsabilidade pelo fato engloba toda a base. Logo, a perda da infância se torna irreparável, fazendo com que a construção da identidade ainda se faça durante o período de aflição e martírio para os adolescentes e para a família, que comumente estão na escória da sociedade. Convém notar que a adolescência é uma fase de passagem da infância para a fase adulta, dessa maneira, o preconceito dos colegas e da comunidade alimentam o abandono da vida escolar, e por conseguinte, da profissional, o que gera um problema ainda maior ao Estado. Ademais, segundo Max Weber, o ser humano é corrompido pelas interferências e ações sociais dos demais, isto posto, não sabendo como lidar com o novo cenário, a jovem apela para o aborto, proveniente sentimento de culpa e opressão da sociedade boçal. É notório, portanto, que a juventude é a época do descobrimento e etapa de construção do indivíduo. Dessa maneira, é substancial que a gestação precoce seja remediada não apenas pelo Estado, outrossim, desde a base familiar, para que então a juventude seja restituída com racionalidade e discernimento, posto que, para Friedrich Nietzsche, "O homem é aquilo que a educação faz dele".