Título da redação:

Maternidade precoce: uma problemática socioeducacional

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 05/03/2017

Embora se conheçam atualmente diversos métodos contraceptivos, contraditoriamente, a gravidez não programada tem sua incidência cada vez mais aumentada, principalmente, na adolescência. Nesse contexto, observa-se que essa problemática, além de gerar riscos para a mãe e o bebê, impacta negativamente a vida de milhares de jovens no Brasil, devido, sobretudo, à escassez de conhecimento e de acesso deles aos procedimentos anticoncepcionais e preservativos. Segundo a teoria neomalthusina, a principal causa do aumento das taxas de natalidade é a falta de assistencialismo informacional. Desse modo, é notório que a escassez de debates escolares e familiares acerca dos riscos de uma gravidez precoce oferece a mãe e ao bebê resultam no aumento do índice de gestações na adolescência, haja vista que os futuros pais não entraram em contato com informações sobre métodos contraceptivos e as possíveis consequências desse ato, tais como partos prematuros, abortos espontâneos e quadros de má nutrição. Como prova disso, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 23% dos casos de gestações precoce referem-se a adolescentes que não tinham conhecimento acerca desses riscos. Além disso, outro fator responsável pelo problema da maternidade precoce no Brasil é a falta de acesso dos jovens aos métodos de planejamento reprodutivo, sobretudo em se tratando de meninas e meninos das classes menos favorecidas do país, os quais não possuem condições financeiras de adquirir anticoncepcionais ou implantar contraceptivos fixos. Uma ilustração desse fato é que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade das mães adolescentes pertencem à camada mais pobre da sociedade, resultando em uma problemática que reflete não somente a saúde pública, como também a desigualdade social do Brasil. Nessa perspectiva, para que seja possível exaurir o conjunto de problemas envolvendo a gravidez na adolescência no país, mostra-se necessária uma ação sinérgica entre sociedade e Estado. Para tanto, cabe aos profissionais da educação e familiares discutirem com mais veemência sobre o impacto da maternidade na vida de um adolescente e, principalmente, os riscos envolvendo a vida da mãe e do bebê. Ademais, é imprescindível que o Ministério da Saúde amplie o oferecimento e métodos contraceptivos na rede pública de saúde, visto que o planejamento reprodutivo voluntário é um dos investimentos mais custo-efetivos que o Governo pode realizar para o bem das próximas gerações. Assim, a incidência de gestações precoces poderá diminuir significativamente.