Título da redação:

Maternidade incipiente e alienada

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 03/10/2017

A gravidez precoce é definida pela gestação por mulheres com idade abaixo dos 20 anos. Essa condição é bastante presente no Brasil e está associada a fatores socioeconômicos nacionais. Nesse viés, é importante ressaltar que a gravidez em adolescentes representa uma crise na juventude brasileira e reflete o abismo social sustentado por desigualdades e ineficiência pública. Sendo assim, vale evidenciar as origens e os princípios dessa realidade. É fato que as jovens que engravidam são majoritariamente de classes financeiras mais baixas, ou seja, torna-se evidente que tal problema possui relação com a disparidade econômica do país. Nesse sentido, pode-se afirmar que não há um acesso pleno à informação e à assistência na sociedade, isto é, adolescentes de camadas menos favorecidas economicamente são privadas de uma educação social a qual ensine sobre os métodos contraceptivos ou, até mesmo, as consequências de uma maternidade precoce. Portanto, fica evidente a elitização desse tipo de conhecimento e o fracasso da ação pública na propagação informacional. Outrossim, esse impasse reverbera em efeitos desastrosos à jovem mãe e às pessoas próximas a ela. Assim, adolescentes nessa condição optam por desistirem dos estudos de forma incipiente, abandonando a escola a fim de disponibilizar tempo para a criação de seu filho. Por conseguinte, essas jovens limitam suas perspectivas de vida, limitando suas possibilidades de ingresso no mercado de trabalho e de geração de renda. No entanto, apesar de a gestante sofrer diretamente dos resultados dessa questão, pessoas relativas também são afetadas, como o pai do bebê e a família da mãe, que podem se mobilizar frente à atenção necessária nos cuidados de um recém-nascido. Logo, é impossível dissociar os problemas socioeconômicos brasileiros da questão da gravidez precoce, na qual ainda refletem e perpetuam graves quadros sociais. Desse modo, é necessário que o Governo Federal amplie seu alcance de informações e priorize comunidades mais pobres, divulgando, nessas regiões, cartazes e propagandas que informem sobre os métodos contraceptivos e os riscos da gravidez na adolescência. Além disso, é importante a implantação desse assunto nas escolas, objetivando a conscientização dos jovens de forma direta mediante aulas e debates teóricos. Por fim, concerne ao Ministério da Educação disponibilizar uma estrutura favorável nas escolas às mães estudantes, adotando “fraldários”, concedendo-lhe menor carga horária de estudos e oferecendo suporte psicológico com a finalidade de evitar a evasão escolar dessas jovens e amplificar suas perspectivas de vida.