Segundo o IBGE, 11% das adolescentes brasileiras (15 a 19 anos) tinham um ou mais filhos em 2014, um dado alarmante que mostra o aumento do número de casos de gravidez precoce no Brasil, em detrimento de anos anteriores. Faz-se necessária, portanto, a discussão das causas e consequências da gravidez indesejada entre as jovens brasileiras, que vêm se tornando mães, enquanto deveriam receber apenas o título de meninas. É preciso considerar, antes de tudo, que esse problema social se deve à falta de informação e acesso a contracepção segura. Primeiro, porque o tema é visto como um tabu entre pais e filhos, e a discussão nas escolas ainda é insuficiente, e, segundo, porque, ainda não há a oferta necessária de métodos contraceptivos, como DIU, SIU e implantes de longa duração nas instituições de saúde pública. Isso faz com que muitos recorram a métodos de curta duração, que são menos efetivos. Além disso, é preciso considerar os riscos e consequências que essa gestação antes do tempo pode provocar. Isso porque essas gravidezes, se ocorridas antes dos 21 anos, são julgadas de risco, devido à estrutura óssea infantil possuída pelas adolescentes, podendo o bebê nascer com más formações, baixo peso, além do risco de mortalidade materna ser mais elevado nessa faixa etária. Ademais, o que vemos é uma antecipação da vida adulta, provocando evasão escolar e a interrupção bruta dos sonhos juvenis, devido à responsabilidade adquirida. Fica claro, portanto, que a gravidez precoce traz diversos problemas não só as novas mães, mas a sociedade como um todo. Dessa forma, o MEC deve promover palestras dadas por médicos e professores nas escolas aos pais e alunos, evidenciando a importância do assunto e da prevenção. E a longo prazo, o Ministério da saúde deve promover projetos de previdência, como por exemplo, disponibilizar kits de métodos de longa duração gratuitos, pois só assim nossas meninas continuarão a serem assim chamadas.