O escritor irlandês Bernard Shaw ponderava ser a vida muito curta para refletirmos a respeito de fatos os quais não fossem realmente significativos, e poucos assuntos são mais relevantes que a maternidade precoce. Isso faz fomentar um debate contínuo na sociedade acerca desse tema. Nesse sentido, adensa essa problemática o início adiantado da vida sexual juntamente com o reduzido nível de informação fornecido pelas escolas, que subtrai de forma significativa a qualidade de vida dos adolescentes. Em uma primeira análise, a existência de altas taxas de gravidez na adolescência possui direta relação com o início prematuro da vida sexual desses indivíduos, que deixam de aproveitar a infância da forma devida e passam a adquirir, cada vez mais cedo, novos desejos e interesses. Essa correlação é autoexplicativa, visto que os indivíduos somente engravidam antes do tempo, devido aos atos sexuais serem praticados por eles também antes do momento adequado. Em uma segunda análise, o filme "A educação proibida" de Germán Doin problematiza as escolas modernas, tal como oferece diversas soluções para essa questão. Dessa forma, a diminuição do grave quadro de maternidade precoce passa, obrigatoriamente, por uma melhora efetiva dos níveis informacionais fornecidos pelas escolas contemporâneas a respeito dos mais variados métodos contraceptivos existentes. Essa necessidade existe porque, assim, esses indivíduos serão corretamente esclarecidos quanto à função e à eficácia de cada método, eliminando suas dúvidas e ignorâncias relacionadas a este assunto. As altas taxas de gravidez na adolescência, portanto, têm como vetores a precipitação do início da vida sexual em paralelo a um considerável descaso das escolas atuais relacionado ao tema. Para que haja satisfatória resolução dessa questão, torna-se função do MEC implementar matérias na grade curricular das escolas que abordem o assunto "gravidez precoce", tal como os riscos que os alunos correm com a prática do sexo e, sobretudo, os métodos contraceptivos existentes, a fim de promover uma maior clareza na mente dos adolescentes acerca do assunto. Além disso, o Poder Executivo Federal, sob forma de Ministério da Saúde, deve investir em intensas campanhas publicitárias para a conscientização dos adolescentes, mostrando-lhes que haverá um momento mais adequado para iniciarem sua vida sexual de forma saudável, visto que seus corpos ainda não estão completamente formados; com a finalidade de que esses indivíduos aprendam a ter controle sobre seus desejos e saibam pôr em ordem suas prioridades.