Keyla é uma jovem descolada de 16 anos, que, por conta de uma bebedeira em uma festa, engravida, mas não consegue lembrar quem é o pai de seu filho. Essa situação mostrada na novela Malhação, representa a realidade de muitas jovens brasileiras nos dias atuais, e o aumento desses casos mostra-se cada vez mais alarmante. Esse é consequência da desinformação e representa riscos para as jovens e suas crianças. A desinformação é a principal impulsionadora da gravidez precoce. Por conta dela, muitas jovens que iniciam a vida sexual sem a permissão dos pais, não consultam o ginecologista, uma vez que o consenso geral acredita que deve-se ir acompanhado da mãe em tais consultas. Consequentemente, dão início à essas atividades com seus parceiros sem usarem métodos contraceptivos e sem informações suficientes sobre como se cuidarem, engravidando ou, em muitos casos, adquirindo DSTS. Nesse quesito, a escola também mostra-se como uma incentivadora, já que em muitos casos, evita a abordagem do tema, impedindo a concientização das jovens desde cedo. Ademais, a desestruturação familiar e a despreparação maternal também trazem consequências à formação das crianças. O Hospital Universitário da USP indicou que entre 36 jovens grávidas entrevistadas, todas sofriam algum tipo de violência dentro de casa ou por seus parceiros, seja física, psicológico ou até mesmo sexual. Diante dessa realidade absurda e intolerante, o mau contato com a família levam muitas jovens à não contarem sobre a gravidez, atrasando o pré-natal e impedindo que seu filho tenha um acompanhamento específico. Por outro lado, muitas jovens que assumem a gravidez são expulsas de casa, tornando-se moradoras de rua. Nesse contexto, o aborto mostra-se como uma solução tentadora, representando consequências muitas vezes irreversíveis. Em suma, o aumento nos casos de gravidez na adolescência no Brasil é consequência da desinformação e da desestruturação familiar. Diante disso, é necessário que as Escolas promovam palestras e trabalhos que mostrem as consequências, importância, e o riscos da gravidez precoce, destinadas também aos pais. Só assim, os elevados índices de gravidez precoce serão reduzidos.