Segundo o filósofo Taine, o homem é fruto do meio, raça e momento. De acordo com essa análise, aquele que está submetido em um ambiente instável dificilmente irá deixa-lo. No Brasil, essa correlação é visível quando observa-se os índices de maternidade precoce e da pobreza nos estados. Apesar disso, o Sistema único de Saúde não mede esforços na distribuição de preservativos e nas campanhas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. No entanto, a situação caótica acerca da gravidez na adolescência não é causada pela falta de investimentos em propagandas, mas sim da ideia que a ocorrência da gravidez é algo utópico. Nesse contexto, a falta de diálogo entre os pais e os filhos acerca da sexualidade favorece o crescimento do número de adolescentes grávidas, já que não há a construção da consciência acerca dos efeitos que o ato desencadeia. Além disso, a inexistência de políticas públicas que incentive a permanência dos jovens nos ambientes escolares fomenta o início precoce da vida sexual, visto que não há a formação do desejo de futuro profissional próspero. Ademais, o nível de pobreza no local em que se está inserido relaciona-se com a maternidade imatura, porque os estados que apresentam as maiores taxas de partos em meninas com idade entre 10 e 19 anos se encontram nos locais com menores índices de desenvolvimento econômico, como o Pará e o Amazonas. Outro fator existente são as consequências no aspecto salutar e social para as adolescentes grávidas e suas famílias. Nos estados mais debilitados do país e onde há maiores índices de gravides precoce não existe aparato hospitalar qualificado que possa garantir a eficiência dos partos, o que acarreta altas taxas de mortalidade em mulheres grávidas e em fetos. Outrossim, há famílias que não aceitam o fato da adolescente estar grávida e a expulsa da residência. Contudo, essa ação prejudica mais a situação, já que gera ações desesperadas por parte da mão, como induzir ao aborto, abandono do filho e uso de drogas. Ainda convém lembrar dos efeitos que o crescimento do número de jovens grávidas propicia para o Brasil no quesito econômico. Por causa da presença da criança, a mão não apresenta tempo pra estudar e trabalhar. Desse modo, a fim de garantir o sustento do filho, aceita empregos que necessitam de baixa especialização, como os serviços informais. Esse fenômeno a longo prazo tem a possibilidade de debilitar a economia do país. Sendo assim, é essencial que os pais promovam diálogos sobre o início dos atos sexuais e quais as consequências que isso proporciona, como também incentivar a construção de consciência perante as relações. Ademais, o Governo Federal deve investir mais na educação escolar, por meio de professores mais capacitados e adequação das estruturas, a fim de estimular a permanência dos jovens nos ambientes escolares. Por fim, o Sistema Único de Saúde deve promover documentários com casos reais relatando a mudança que a introdução de uma criança promove na vida de mães adolescentes.