A maternidade precoce tornou-se um problema no Brasil. Nessa perspectiva, a gravidez em idades cada vez menores reflete falhas na comunicação com esses jovens, bem como nas políticas públicas de saúde. As consequências, entretanto, vão além, afetando o início de várias vidas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 20% do total dos nascimentos no Brasil são devido à gestação precoce. Diante disso, fatores como a falta de acesso adequado à informação e aos métodos contraceptivos são primordiais no aumento desses índices. Além disso, a falta de diálogo no ambiente familiar sobre o assunto associado ao tabu da iniciação sexual, leva esses jovens a não buscar aconselhamento nem dos pais nem dos postos de saúde. Por conseguinte, o resultado desses ruídos na comunicação acarretam na maternidade em tenras idades. Essas jovens mães possuem idades entre 10 e 19 anos, ainda de acordo com a OMS, e compõe, em sua maioria, as classes mais baixas. Em vista disso, a gravidez na adolescência também torna-se um problema endêmico para a saúde pública, uma vez que essas meninas não estão preparadas psico e fisiologicamente para gestar uma nova vida. Sendo assim, tanto o parto quanto a gestação em si apresentam diversos riscos à saúde de ambos os indivíduos. A pobreza, por outro lado, influencia ainda mais no agravamento dessas complicações, principalmente em relação a subnutrição da prenhe, que pode resultar em má formações no feto. Todos esses fatos revelam as várias faces do problema que é a antecipação de uma gravidez. As consequências da maternidade precoce, portanto, afetam o desenvolvimento biopsicossocial da mãe e do bebê refletindo ainda na família, política e sociedade. Nesse sentido, a principal medida é a prevenção dessas gestações não desejadas, com esse objetivo, a escola deve criar ambientes de discussão, nos quais os adolescentes possam tirar suas dúvidas e buscar aconselhamento. Para tanto, aulas sobre educação sexual podem ser realizadas como meio de desmistificar tabus e auxiliar esses jovens. A prefeitura também deve atuar trazendo as políticas públicas para dentro dos espaços acadêmicos através da visita de profissionais de saúde e aplicação do planejamento familiar voltado para esse público. Essas medidas com a participação da família podem reduzir os índices de gravidez não planejada e melhorar a qualidade de vida dos futuros adultos.