Título da redação:

Fábricas de personalidades humanas

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 23/10/2016

No final do século XIX, o Realismo trouxe consigo o determinismo social, que defendia que o homem era o produto do meio. Hoje, inseridos em contextos familiares que negligenciam a questão da sexualidade, jovens têm na vida sexual um começo precoce e sem informação; fruto disso, cresce o número de casos de gravidez na adolescência no Brasil. Nesse cenário, surge a necessidade de medidas que ampliem o acesso ao uso de anticoncepcionais e que difundam informação. Em primeiro lugar, é importante ressaltar a conjuntura atual. Muitas famílias ainda enxergam a questão do sexo como um tabu, criando filhos cada vez mais desinformados, que acabam tendo as primeiras descobertas de forma solitária e precoce. Sem a dimensão da importância do uso dos métodos contraceptivos, jovens que não apresentam preparação física e psicológica enfrentam o dilema da maternidade que, muitas vezes, é agravado por nascimentos precoces, abortos espontâneos e mortalidade materna. Sendo assim, tais fatos corroboram para a comprovação da ideia de Talcott Parsons, que defende que as famílias são máquinas que produzem personalidades humanas. Vale ressaltar, ainda, que as meninas que dão à luz durante a adolescência ainda enfrentam o isolamento e o preconceito na sociedade. A Pesquisa por Amostra de Domicílios revela que 75% dos adolescentes que têm filhos estão fora da escola. O dado alimenta a discussão sobre a dificuldade da reinserção na vida escolar após a maternidade e as consequências advindas disso, seja pela falta de qualificação profissional decorrida da baixa escolaridade ou, até mesmo, pelo constrangimento causado por uma sociedade despreparada para lidar com mães adolescentes. Desse modo, há urgência de ações que minimizem esse impacto. Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. As famílias devem discutir sobre sexo e formas de prevenir a gravidez, além disso, o Ministério da Educação deve promover palestras que abordem o tema de forma consciente e saudável, auxiliando tanto os jovens que já vivenciaram isso, como também preparando a sociedade para a aceitação e convivência com o fato. Ademais, o Ministério da Saúde deve disponibilizar os métodos anticoncepcionais de forma que estes atinjam as massas, firmando uma parceria com a mídia, que pode atuar na criação de comerciais que conscientizem e previnam a gravidez precoce.